Com água escorrendo pelas lâmpadas em dias de chuva, existem escolas que nunca passaram por reforma
Após uma semana de paralisação dos professores do Distrito Federal, a reclamação dos estudantes dentro das escolas denuncia a falta de investimento na manutenção e infraestrutura das instituições de ensino. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado no final do último ano, 44% das escolas precisam de reforma, 31% estão em condições ruins e 6% estão em péssimas condições, a maioria delas no campo.
Os problemas de infraestrutura e manutenção dessas instituições não são casos isolados, por exemplo, o Centro de Ensino Médio Elefante Branco, colégio tradicional de Brasília que, desde sua fundação há 53 anos, nunca passou por uma reforma.
“A situação da escola é precária, quando chove a água escorre pelas lâmpadas, por isso em dias de chuva as salas são fechadas e ficamos sem aula. Faltam carteiras, muitas delas são de madeira e estão quebradas, o que nos impede de assistir as aulas com o mínimo de conforto”, conta o estudante do 1º ano, Marcelo Acácio.
Segundo matéria publicada na última semana pela Agência Brasil, outros problemas mais graves são encontrados no Elefante Branco e em outras escolas. Há partes do teto caindo, pisos irregulares, rachaduras de mais de 5 centímetros, infiltrações nas paredes e falta de extintores de incêndio.
Para o presidente da União dos Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (UESDF), Leonardo Matheus, a situação precária das escolas é reflexo do descaso do atual governo com a educação.
“A reforma do Elefante Branco foi decretada no final de 2014, antes das eleições, hoje quem impede é o governador Rodrigo Rollemberg, que disse não haver dinheiro e decretou que não haverá reformas”, afirmou.
O problema da falta de investimento e comprometimento com a educação também atingiu os professores. Com pagamentos em atraso, a dívida do governo com os profissionais da educação chega a R$ 148 milhões. Até obter o compromisso do GDF em quitar valores, a categoria paralisou as aulas durante a última semana de fevereiro.
Os profissionais retomaram as aulas nessa segunda (02/03) em assembleia após proposta do governo de quitação total dos benefícios atrasados para até final de março, caso haja recurso em caixa, ou abril. Os professores já avisaram que no dia 9 de abril realizarão nova assembleia com indicativo de greve caso o compromisso não seja cumprido.
“Ainda há um indicativo de greve, e nós da UESDF nos comprometemos a estar junto com os professores nessa luta. Se for preciso, vamos colocar 10 mil estudantes nas ruas”, finalizou Leonardo.
Suevelin Cinti, com informações e foto da Agência Brasil.