Em assembleia, secundaristas de São Paulo falam porque estão em luta contra o projeto de reorganização imposto por Geraldo Alckmin
Nessa terça-feira (13), os secundaristas de São Paulo realizaram na sede das entidades estudantis uma assembleia para decidir os rumos das mobilizações contra a proposta de sucateamento das escolas do estado. A participação no ato do dia 15 e a convocação de uma grande marcha no dia 20 de outubro está entre as deliberações. Acesse aqui e saiba mais.
A assembleia contou com a participação de cerca de cem estudantes de todo estado, vindos de 16 cidades e representantes de 54 grêmios. Para saber a opinião da juventude, o site da UBES entrevistou alguns dos secundaristas. Confira as entrevista.
Os estudantes do litoral paulista estão em luta, é o que afirma o jovem Ergon Cugler. Representante da escola Fortec, na Praia Grande, conta que as manifestações unificam as cidades litorâneas.
“Vamos às ruas no próximo dia 19, principalmente contra o descaso do governador em ouvir os estudantes, somos contra a ameaça de demissão dos professores e o fechamento de importantes escolas”, afirma.
A estudante do 2º ano, Thalia Letícia, conta que sua escola, Américo Brasiliense, em Santo André, na grande São Paulo, será fechada com a reorganização.
“Eu me sinto como se tirassem uma parte de mim. É uma opressão, estão reprimindo a minha liberdade de escolha de permanecer na escola que eu escolhi”, disse.
Segundo ela, com o fechamento, a única opção seria a de aderir ao ensino privado, já que não haverá mais escolas próximas à sua residência.
O mesmo problema afeta a escola Pérola Byignton, em Americanópolis, bairro da zona norte, onde a estudante Nayara de Souza estuda atualmente.
Nayara é representante do grêmio e diz sentir-se desrespeitada com essa medida do governo. “É a escola onde estudo desde a 5ª série, e saber que agora no 3º ano terei de sair é um desrespeito. Nosso grêmio lutou por tantas melhorias, essa medida vem mesmo para desestabilizar”, reclamou.
Integrante do projeto Parlamento Jovem, o estudante Abner Tofanelli, da cidade de Santa Fé do Sul, interior do estado, veio para a assembleia para somar forças.
“Minha escola não será fechada, mas acho importante os estudantes se unirem, pois independente de crise ou dificuldades financeiras o governo não deve impor retrocessos à educação”, disse.
O jovem Leonardo de Almeida tem 18 anos é estudante em Ribeirão Preto. Ele afirma que em seu município os caminhos de mobilização também serão definidos a partir das decisões da assembleia.
“Há muitos anos os estudantes vem lutando para mudar o quadro da educação brasileira, a proposta do governo é falha em relação à educação que queremos”, argumenta.
Representando os estudantes da zona leste, Caio Silva estuda no colégio Dom João Maria Ogno que também está entre as instituições ameaçadas de fechamento.
“O boato é que a nossa escola, a única que é receptiva a alunos de necessidades especiais e que oferece matrículas a jovens vindos da Fundação Casa será fechada. Não aceitaremos!”.
Segundo Caio, sete escolas da região serão fechadas, apenas duas delas serão reabertas com ciclos de ensino reduzidos. “Sozinhas, essas duas escolas que já sofrem com a superlotação terão que realocar os matriculados das outras cinco”, explicou.
O presidente da União dos Estudantes de Osasco (UEO), Igor Gonçalves, falou sobre a manipulação que tentam fazer com os alunos na sala de aula.
“A proposta do governo é apresentada como uma mudança de ciclo apenas, mas depois o estudante descobre que haverá realocação, muitos terão que percorrer três quilômetros e meio para chegar à escola”.