Debate centraliza demandas prioritárias dos estudantes do ensino técnico: passe livre, bandejão, mais vagas e mais qualidade
Com direito à ciranda no auditório, palavras de ordem e intervenções estudantis, o 13º ENET discutiu na tarde desta quarta-feira (04/2) “Assistência Estudantil e Expansão”, pautas centrais do encontro que coloca no centro das discussões a realidade de secundaristas de diversos estados brasileiros.
Entre as intervenções os secundaristas insistiram na necessidade de garantir auxílio como elemento prioritário para permanência e conclusão dos cursos.
Sobre o papel de políticas como o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), o Pró-Reitor de assistência estudantil, George Brito, falou sobre os 12 anos de experiência da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e os 20 mil estudantes da rede federal no estado.
“Fomos a primeira universidade a abrir cotas para estudantes indígenas e hoje temos reserva de vagas para esses alunos, sendo 50% para os ingressos de escolas públicas e 100% vagas pelo ENEM”, informou.
Com palavras de ordem do auditório defendendo passe livre estudantil e bandejão, Brito enfatizou a importância da democracia para suprir essas demandas. “Esse ano conquistamos na UFT 16 milhões do PNAES e 2 milhões para estágios. Nesse processo, é importante a participação dos estudantes para decidir o que será feito e para onde serão destinados esses recursos”, disse.
A democracia também é fator determinante, segundo o reitor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Geovane Nascimento. “Sem os grêmios estudantis nenhuma instituição de ensino público consegue ser democrática, isso inclui permitir o acesso dos estudantes às planilhas orçamentárias e compreender a demanda dos auxílios”.
Na oportunidade, Geovane apresentou um resgate histórico da fundação do ensino superior no país, passando pelo governo de Fernando Henrique Cardoso que privatizou o ensino até o fim do período neoliberal marcado pela criação dos institutos federais.
Em números, o Diretor da Setec do MEC, Oiti José de Paula, expôs o quadro de surgimento da rede em 2003 com 140 unidades e a expansão até 2015 com 562 em funcionamento e outras 90 em implantação.
“Partimos de uma rede recente em um orçamento que saltou de 400 milhões para 10 bilhões, é uma fase de desenvolvimento. Os institutos recebem 65% a mais do que as universidades”, conclui destacando que há muito a melhorar em qualidade através da pressão dos jovens.
Na pauta sobre a expansão com qualidade, a Diretoria de Educação e Comunicação para Cultura, Juana Nunes, fala sobre o direito da cultura na escola para conhecer o país, a própria produção e romper a limitação e reprodução de conteúdos da grande mídia.
Como exemplo, Juana cita o ‘Programa Mais Cultura na Escola’ que já é realidade em 5 mil instituições de ensino no país valorizando a cultura afro, incentivando a criação de rádios, e outras iniciativas.
“Tendo um plano de cultura podemos construir desde uma biblioteca a um cinema ou um teatro no instituto federal, atender não só aos estudantes, mas também à cidade. Cada escola é um centro cultural por excelência, reconhecendo saberes culturais por sua importância no enriquecimento da formação”, conclui Juana.
Veja as intervenções dos secundaristas
Da Redação.