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“O SENTIMENTO DE APROFUNDAR AINDA MAIS A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO TÉCNICA”

Secundarista relata importância do Fórum Mundial de Educação Profissional Tecnológica para estudantes de todo Brasil

Por Jairo Marques

O Fórum Mundial que aconteceu em Recife (PE) é um dos principais espaços para consolidação política da educação profissional tecnológica. O espaço capaz de reunir diversos atores que produzem esse conhecimento reuniu desde estudantes, aqueles que fazem a política do movimento estudantil no ensino técnico, atuantes na produção da ciência para as indústrias, para o próprio instituto federal, professores, profissionais da área e pesquisadores.

Sem dúvidas, os estudantes saíram fortalecidos, conseguimos entender quais são os principais desafios do ensino técnico para o próximo período. Amadurecemos, por exemplo, a compreensão da política de assistência estudantil, um passo que precisamos dar mais rapidamente para consolidar a política de permanência desses estudantes. É notário que o índice da evasão escolar no Brasil inteiro é muito grande, além do que, precisamos de mais assistência para produção de ciência, tecnologia, conhecimento e pesquisas.

Debatemos a importância dos institutos estarem ligados às realidades regionais, já que muitos cursos não possui mercado de trabalho nos estados onde são oferecidos. É fundamental que as instituições consigam fazer com que a realidade regional seja conectada com a educação e consiga fazer o desenvolvimento social e profissional cumprir o seu papel.

É preciso criar condições de produzir a ciência dentro dos institutos federais, queremos ser os profissionais que pensem a política técnica e tecnológica para ajudar ainda mais o Brasil a se desenvolver. Um país que explora petróleo não pode formar apertadores de parafusos, precisa ensinar o caminho para explorar ainda mais esse potencial.

Nesse sentido, os estudantes debateram como reformular o ensino técnico integrado, que na opinião majoritária dos participantes, não cumpre seu papel. A educação precisa traçar o debate nesse sentido.

O Fórum acontece em um momento de muita efervescência do debate político, temos o corte de R$ 9 bilhões no orçamento da educação que atingirá de fato os institutos federais, a educação publica. Os estudantes estão preocupados. Como vamos fazer mais políticas de assistência estudantil, mais políticas de expansão, mais políticas de acesso, se teremos menos dinheiro investido?

De fato, isso é um assunto muito debatido e que precisa de mais atenção. Aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), o desafio hoje é desenvolver a educação pública tendo o ensino técnico nesse raio de abrangência. O investimento de 10% do PIB precisa de mais pressão para sua implementação, juntamente com os royalties do petróleo, o fundo social do pré-sal e o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Fizemos um ato em Recife contra o corte de verbas por compreender que o movimento social precisa mais uma vez interromper os retrocessos da Câmara dos Deputados. De fato, são conquistas que incomodam parcela da sociedade, onde o filho do pobre entra no instituto federal e na universidade. Cortar o orçamento da educação ameaça interromper algumas dessas vitórias.

Estivemos no Fórum justamente por dividir o sentimento de aprofundar ainda mais a política de educação técnica. A UBES e todas as entidades estaduais secundaristas saíram do evento ainda mais fortalecidas, compreendendo o papel do movimento social para colocar mais pressão e desenvolver uma política de educação, profissional e técnica que esteja conectada com a realidade do Brasil.

Jairo Marques é estudante da Escola Técnica Estadual Professor Agamennon Magalhães e presidente da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas do Recife (UMES).