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Juventude brasileira lança carta e convoca Jornada de Lutas

Movimento se reuniu nesta sexta em São Paulo para convocar calendário de lutas em abril e maio

Jornada de Lutas da Juventude Brasileira -movimento que reúne entidades, organizações, lideranças partidárias e setores progressistas importantes da sociedade- convocou nesta sexta-feira (20/3) um calendário de manifestações para o mês de abril culminando com marchas e atos no 1º de maio.

O encontro de grupos ligados às lutas da juventude foi realizado em São Paulo, na Universidade Nove de Julho (Uninove), e lançou também uma carta na qual ressalta bandeiras e fortalece a unidade dos movimentos, “nesse momento de ameaça à democracia”, em torno da pauta da reforma política democrática.

“Sabemos da nossa responsabilidade histórica com as lutas democráticas de nosso país. Foram muitos os/as jovens que deram suas vidas pelo fim da ditadura militar e para que hoje a livre manifestação e o voto soberano universal fossem realidade. Nesse momento de ameaça à democracia, as saídas são seu aprofundamento e uma mudança no atual sistema político que inclua ainda mais o povo, as mulheres, os negros e a juventudes nas suas decisões. Um sistema que acabe com o financiamento empresarial de campanhas, que resulta em parlamentares comprometidos com empresas e não com o país”, destaca trecho do documento.

Leia abaixo a íntegra da carta:

Carta da plenária nacional da jornada de lutas da juventude brasileria

A juventude brasileira faz história e sempre protagonizou as lutas por um país livre, soberano e com justiça social. Nesse momento em que o Brasil passa por um forte ataque à democracia, não será diferente. Estaremos unidos, unidas, nas ruas e nas redes, com toda nossa energia e ousadia, mas com muita coerência, em defesa de nossos direitos que sabemos que somente podem existir em um país democrático.

Vivemos um cenário de grande tensionamento político na sociedade brasileira. Essa conjuntura se estabelece a partir do acúmulo das experiências que tivemos em nosso país nos últimos anos, e que se acirraram com as eleições presidenciais de 2014, onde se apresentaram projetos antagônicos para o povo brasileiro. Essa polarização, somada à crise financeira internacional que bate agora às portas dos países emergentes criaram um ambiente ainda mais exaltado nos debates políticos em nosso país.

Em meio a esse contexto, grupos conservadores, fundamentalistas e golpistas, contrários aos avanços que fortaleceram um projeto progressista nos últimos anos, se unificaram com os grandes meios de comunicação para organizar um ataque direto à nossa democracia, por meio da criminalização da política.

Sabemos da nossa responsabilidade histórica com as lutas democráticas de nosso país. Foram muitos os/as jovens que deram suas vidas pelo fim da ditadura militar e para que hoje a livre manifestação e o voto soberano universal fossem realidade. Nesse momento de ameaça à democracia, as saídas são seu aprofundamento e uma mudança no atual sistema político que inclua ainda mais o povo, as mulheres, os negros e a juventudes nas suas decisões. Um sistema que acabe com o financiamento empresarial de campanhas, que resulta em parlamentares comprometidos com empresas e não com o país.

A grande mídia, encabeçada pela Rede Globo, que sempre foi parceira da ditadura e flerta constantemente com o golpismo, bombardeia constantemente a juventude e a classe trabalhadora com mentiras e desinformações. É tarefa urgente a democratização dos meios de comunicação para que esse direito deixe de ser apenas de algumas famílias, e sim que todos e todas tenham voz e possam se expressar.

A elite, a grande mídia e as forças conservadoras de nosso país de forma oportunista utilizam desse momento para avançar ainda mais sobre os direitos dos(as) trabalhadores, das mulheres da juventude e atacar a soberania nacional. A Petrobras é um patrimônio do povo brasileiro e defendê-la de ataques privatistas é parte fundamental de nossa defesa de um projeto de desenvolvimento popular e democrático. Entendemos que precisamos apurar todas as denúncias de corrupção que surgiram na estatal e garantir o devido processo legal punindo todos os envolvidos. Porém é inadmissível que este processo seja instrumentalizado para desestabilizar uma empresa da importância da Petrobras e a própria democracia brasileira.

Temos a convicção de que será só com a nossa unidade, e a aliança de diversos movimentos sociais, novos e históricos, que teremos forças para barrar as tentativas golpistas, assegurar a democracia em nosso país e avançar para um novo ciclo de conquistas para a juventude brasileira. Será nas ruas que a juventude continuará fazendo história!

Golpistas não passarão!

Venceremos!

Jornada de Lutas da Juventude Brasileira
20 de março de 2015

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Calendário unificado dos movimentos sociais

01 de abril – Plenárias dos movimentos sociais – 51 anos do golpe militar
07 de abril – Jornada de Lutas – em defesa dos direitos, da democracia, da Petrobras, contra a redução da maioridade penal
26 de abril – Atos contra a rede Globo
01 de maio – Dia dos(as) trabalhadores(as) – Plenárias, marchas e atos por todo país.

Quem faz parte da jornada

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG); Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP); Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM); CONEM; Consulta Popular; ECOSURFI, Coletivo Nacional de Juventude Enegrecer, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Federação Paulista de Skate, Fora do Eixo, Juventude da CTB, Juventude da CUT, Juventude da Contag, Juventude do PDT, Juventude do PSB, Juventude do PT, Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Rede Ecumênica da Juventude (REJU); Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); União Brasileira de Mulheres (UBM), União da Juventude Socialistas (UJS); União Nacional dos Estudantes (UNE); Via Campesina.

Redação da UNE