Movimentos sociais ocuparam as ruas em defesa da democracia, da Petrobras e contra o ajuste fiscal
A previsão de temporal que alertou a cidade de São Paulo no último sábado (3/10) não intimidou as cerca de 10 mil pessoas que compareceram à Avenida Paulista para lutar em defesa da democracia, contra o ajuste fiscal e o desmonte e a tentativa de privatização da Petrobras.
O chamado ‘’Dia Nacional de Lutas’’, encabeçado pela Frente Brasil Popular, marcou o aniversário de 62 anos da maior estatal do país com a apresentação da peça teatral ‘’Nós, Petroleiros’’ e as saudações dos líderes estudantis, sindicais e do movimento de moradia.
‘’A Petrobras sempre foi parte fundamental das conquistas do nosso país. É por isso que vamos seguir lutando. A destinação dos royalties do petróleo para a educação significa mais creches, mais qualidade na escolas, mais vagas para o filho do pedreiro na universidades’’, falou a presidenta da UNE, Carina Vitral.
O projeto de lei 131/2015 de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que prevê que a Petrobras deixe de ser a operadora única da exploração do pré-sal também foi duramente criticado.
A deputada Leci Brandão (PcdoB-SP) reforçou a importância da empresa para o país. ‘’Querem entregar a maior reserva de petróleo para as multinacionais estrangeiras. Isso é uma traição ao povo brasileiro’’, disse.
Aos gritos de ‘’o petróleo é nosso’’ o ato transformou-se em uma caminhada que seguiu até a Praça da Sé, no centro da cidade.
Para a dona de casa Maria de Lourdes, que observava a movimentação da calçada, a manifestação popular é responsável por levar informações à sociedade. ‘’Não sabia o do que se tratava o protesto, mas parei para assistir e estou aprendendo um pouco’’, falou.
A diretora de cultura da UNE, Marianna Dias, ressaltou que a Petrobras é o maior patrimônio nacional. ‘’Pra nós estudantes essa luta é muito importante justamente por nossa conquista dos royalties do petróleo e do pré-sal para a educação. Por isso estamos nas ruas para dizer que não aceitamos que as portas sejam abertas para a privatização’’, ressaltou.
O “Dia Nacional em defesa da democracia, da Petrobras e contra a política de ajuste fiscal’’ ocorreu também em diversas capitais como Cuiabá (MT), Salvador (BA), Maceió (AL), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e outras cidades do interior, como Campinas (SP) e Caxias do Sul (RS).
No Rio de Janeiro as mobilizações começaram na sexta-feira (2) com cerca de 1 mil pessoas em frente á igreja da Candelária, no centro da cidade. Em Belo Horizonte foram distribuídos mais de 10 mil pedaços de bolo em comemoração ao aniversário da Petrobras. Em Recife e na Paraíba também aconteceram marchas pelas principais ruas das cidades.
Na próxima terça-feira (6), os estudantes darão continuidade à série de manifestações contra os cortes na capital federal. A Caravana da UNE desembarca em Brasília reunindo estudantes de todos os cantos do país contra os retrocessos e por mais direitos. Confira: http://migre.me/rIHcF
Por Renata Bars, da UNE.