Presidenta da UBM, Lúcia Rincon, fala sobre a maior mobilização de mulheres da América Latina que acontecerá nesta quarta (12), em Brasília (DF)
Em entrevista ao site da UBES, a presidenta da União Brasileira das Mulheres (UBM), a professora goiana Lúcia Rincon, conta um pouco sobre as pautas que levarão 70 mil mulheres às ruas de Brasília (DF), na próxima quarta-feira (12) na 5ª Marcha das Margaridas.
Militante política e feminista desde o início da década de 1980, atualmente professora e secretária-geral da Associação dos Professores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), representa a UBM no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher promovido pela ONU e no movimento feminista no Fórum Nacional de Educação.
Confira a entrevista.
UBES: O que é a Marcha das Margaridas?
LÚCIA RINCON: Realizada periodicamente, traz uma marca importante que é a referência à Margarida Maria Alves, sindicalista que foi assassinada no exercício de sua função. Lembra que a luta do povo precisa ser registrada na nossa história. Será um ato por mais direitos e mais democracia, por avanços nas relações de trabalho da sociedade e condições mais justas.
A marcha traz as reivindicações das mulheres trabalhadoras rurais, mas ao mesmo tempo, é engajada na sociedade brasileira, no povo trabalhador. Uma luta geral por desenvolvimento sustentável, igualdade democracia.
U: Como você avalia o cenário atual da política latino-americana para as mulheres, especialmente no Brasil, onde temos uma presidenta mulher e se faz cada vez mais necessário o debate democrático?
LR: A Marcha das Margaridas acontece num momento importante, quando a sociedade se organiza em suas diferentes abordagens políticas ideológicas. Na América Latina, as políticas precisam atender a população mais pobre. Vemos em países como a Argentina, o Chile, a Venezuela e a Colômbia os governos olhando para o conjunto da população, priorizando políticas que atendam as necessidades do povo.
No Brasil, o favorecimento do capital financeiro desde 2003 tem trabalhado pela distribuição, temos conquistado mais políticas de participação e intervenção.
Com a crise econômica nos últimos meses, a direita golpista brasileira tem se posicionado com clareza, no entanto, temos que sair ainda mais fortes. Na medida em que defendemos o Estado democrático, ainda tão jovem em nosso país, nos colocar em defesa do povo.
U: Sobre a juventude, você que sempre esteve nas salas de aula, como compreende a luta das mulheres na área da educação?
LR: Começa com os estudantes e sua participação na vida política educacional, isso sempre foi decisivo, especialmente no mês que se comemora o Dia dos Estudante. A melhor forma de festejar é ir às ruas a favor do Brasil e da soberania nacional.
A luta da Marcha das Margaridas é para não aceitar os cortes nessa política de financiamento, defender os direitos do povo, a institucionalidade e o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Vamos para o debate e o embate dentro dos grêmios, nos diretórios acadêmicos, e com certeza, a luta dos estudantes na democracia do país por mais participação.
O quê? 5ª Marcha das Margaridas
Quando? 12 de agosto, a partir das 7h da manhã
Onde? Estágio Mané Garricha, em Brasília (DF).