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UBES PARABENIZA ENTIDADE IRMÃ PELOS SEUS 78 ANOS

A UNE comemora  mais um ano de muitas lutas em defesa dos estudantes

A União Nacional dos Estudantes (UNE) completa hoje 78 anos de inquietação da juventude brasileira. Há quase oito décadas a entidade leva o protagonismo de jovens estudantes para as ruas com objetivo de fazer mudanças significativas na história do Brasil. No histórico, ruas ocupadas com milhares de jovens em marcha, caras pintadas, cartazes, bandeiras, avenidas paradas e palavras de ordem que ecoam e repercutem na voz das gerações herdeiras.

De acordo com a Presidenta da UBES, Bárbara Melo a UNE é responsável por construir diariamente os sonhos da juventude brasileira. “Hoje é aniversário da nossa irmã mais velha, da entidade que sem dúvida emociona, mobiliza e cativa. A UNE é união, ela representa os sonhos mais belos e corajosos da juventude. Tenho muito orgulho de ser parceira dessa entidade e quero deseja-la muitos anos de vida e de vitórias”, afirma.

A UNE é formada por estudantes que desde 1930 se organizam em todo o Brasil para defender a educação, a democracia e a juventude do nosso país.

ENTIDADE HISTÓRICA E ATUANTE

A UNE nasceu no dia 11 de agosto de 1937, a partir da união de diversas organizações de estudantes que já atuavam separadamente no país. Pouco tempo depois, a entidade teria um papel fundamental na oposição aos movimentos do nazismo e do fascismo no país, durante a segunda guerra mundial. Um dos episódios mais marcantes desse período foi a tomada do clube Germânia, no endereço da Praia do Flamengo 132. Antigo reduto dos apoiadores do Eixo na guerra, o espaço foi então doado pelo presidente Getúlio Vargas para ser a sede da UNE.

Durante a década de 50 e 60, a UNE cresceu, junto com aquele local, promovendo campanhas como a do “Petróleo é Nosso”, contra o imperialismo no Brasil, a favor das reformas de base, da educação, da reforma universitária. Na Praia do Flamengo, a UNE recebeu visitas como a do presidente João Goulart e do astronauta Yuri Gagarin. Lá foi criado o Centro Popular de Cultura, o CPC da UNE, uma das principais iniciativas culturais do país naquele período. No começo da década de 1960, a UNE lançou também a sua primeira caravana, a UNE Volante, que rodou o país pela primeira vez conhecendo a realidade da juventude de diversas regiões.

Com o golpe militar de 1964, a primeira ação dos que roubaram o poder foi incendiar e metralhar a sede da UNE, na noite de primeiro de abril de 1964. As entidades estudantis foram postas na ilegalidade, começou um período de perseguição e cerceamento aos movimentos de juventude. Os congressos da UNE passaram a ser clandestinos, como o de Belo Horizonte em 1966 e o de Ibiúna (SP) em 1968, que terminou com todos os participantes presos.

Após a instauração do Ato Institucional número 5 (AI-5), a repressão tomou seu caráter mais cruel, com torturas e aniquilamento quase completo das organizações de juventude. Foi nesse momento que a UNE conheceu um dos seus maiores heróis, Honestino Guimarães, presidente entre os anos de 1971 e 1973, quando foi preso e assassinado pela ditadura militar.

Mesmo assim, a UNE resistiu e, em 1979, foi reconstruída em um congresso na cidade de Salvador (BA). No começo da década de 1980, como enfraquecimento do regime, os estudantes tentaram retomar a sua sede na Praia do Flamengo, mas o prédio foi demolido pelo governo militar, em um dos seus últimos gestos de repressão à juventude organizada. A UNE esteve então presente na campanha das Diretas Já, retomando o seu caráter de massas e de intervenção nas principais questões nacionais.

Foi assim que, em 1992, o movimento estudantil teve papel central no episódio do Fora-Collor, quando a UNE, a UBES e os jovens cara-pintadas foram personagens principais da campanha que levou ao impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Na década de 1990, a UNE combateu o neoliberalismo na educação, a privatização do ensino superior e manteve-se firme na defesa da universidade pública.

Já no século XXI, os estudantes retomaram, com força, a sua atividade cultural, com a realização das suas Bienais de Arte e Cultura e a criação do Circuito Universitário de Arte e Cultura (CUCA da UNE). Foi também quando a entidade voltou a realizar suas caravanas pelo país, recuperou com mais força o tema da reforma universitária e começou a colher grandes conquistas, como a criação do Prouni e a expansão do ensino superior.

A partir de 2010, a UNE e o movimento estudantil definiram um marco, um número, uma meta como símbolo de sua principal luta: 10% do PIB para a educação. Essa foi uma luta que tomou corpo depois da Conferência Nacional de Educação e espalhou-se pelas ruas de todo o país como a principal bandeira dos estudantes.

Em 2011, os jovens tomaram a Esplanada dos Ministérios com o movimento “Agosto Verde e Amarelo”, no final do mesmo ano, voltaram para ficar, no acampamento “Ocupa Brasília”. Esses movimentos tiveram, como resultado, vitórias como a aprovação dos recursos do pré-sal para a Educação. Em 2013, o financiamento da Educação foi um dos grandes temas das manifestações de junho. A luta cresceu e, em 2014, os estudantes conseguiram finalmente a aprovação dos 10% junto ao Plano Nacional de Educação.

Da Redação.