Assim como a Primavera Secundarista tem mobilizado escolas em todo o país, no Ceará, a luta avança e chega ao número de 41 escolas ocupadas em defesa da educação e em apoio à greve dos professores que foi posta na ilegalidade por decisão do Governo do Estado.
Em crise, a educação enfrenta a paralisação dos profissionais da rede estadual desde o dia 25 de abril. Sem resposta, eles permanecem pressionando o Governo que atrasou desde o início do ano a definição do Reajuste Geral dos Servidores de 2016. A data-base da categoria, que é 1º de janeiro, não foi respeitada e a classe ainda reivindica um aumento de 12,67%.
Dentro das ocupações a juventude secundarista chama atenção para o sucateamento das instituições, a baixa qualidade da merenda, a ameaça de municipalização e militarização de suas escolas, passe livre estudantil e eleições diretas para diretor, como afirma o presidente da Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas (ACES), Willamy Macêdo.
“Na segunda (9), o governador do Ceará, Camilo Santana, lançou propostas às reivindicações, mas elas são insuficientes. No caso dos professores, a pauta do reajuste não foi atendida e ainda pretende demitir os profissionais temporários”, criticou dizendo que as escolas seguem ocupadas por tempo indeterminado. As ocupações também se posicionam contra a votação na Assembleia Legislativa que, na última semana, retirou o debate de gênero do Plano. Estadual de Educação.
A realidade do Colégio Polivalente, na cidade de Juazeiro do Norte, é igual em muitas outras ocupações. Diariamente, os estudantes realizam debates e oficinas sobre o feminismo, a reformulação do ensino médio e até mesmo aulas públicas com a comunidade escolar para esclarecer o motivo da mobilização.
OCUPAR EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Segundo Willamy, a defesa da democracia também é pautada por algumas ocupações, como é o caso do Colégio Polivalente e Maria Amélia, em Juazeiro do Norte; General Eldoro Corrêa, em Fortaleza e José Alves, no Crato. “São escolas que permanecem ocupadas pela conjuntura nacional, já temendo um futuro retrocesso com esse governo imposto”, esclareceu o líder estudantil.
A PRIMAVERA SECUNDARISTA RESISTE!
A Primavera Secundarista não se intimida! A luta estudantil em defesa da educação, da democracia e por mais direitos tem construído um cenário nacional de resistência protagonizado pelos estudantes. São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande Sul são alguns dos estados mobilizados pelas ocupações das escolas estaduais, Assembleias Legislativas, secretarias e diretorias de educação, demarcando inevitavelmente o posicionamento da juventude contra a retirada de direitos.