Da UNE com redação
A pressão estudantil traduzida na ocupação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que aconteceu na última semana, garantiu um número expressivo de assinaturas para a abertura da CPI da Merenda no estado. Na última quarta-feira (11), 91 assinaturas foram encaminhadas no Projeto de Resolução (PR), instrumento que garante prioridade ao pedido e mais rapidez na sua instauração.
O Projeto de Resolução é um meio legal para que a comissão não fique no fim da fila, e possa ter a abertura acelerada. Atualmente a Alesp tem cinco CPIs em andamento – número máximo permitido – e 11 na espera para serem instaladas.
Presente na 4ª Conferência Nacional de Política Para Mulheres, em Brasília, a presidenta da UBES, Camila Lanes, comemorou a vitória dos estudantes. “Gostaria de parabenizar todos os estudantes que foram para as ruas nos últimos dias para conquistar a CPI da merenda! Vai ter CPI e nós vamos prender o ladrão!”
”Somente 32 assinaturas eram necessárias para abertura do processo. A grande adesão com certeza foi fruto da ocupação e da luta estudantil para convencer os deputados. A nossa luta ganhou a opinião da sociedade e eles não tinham mais como passar pelas bases eleitorais sem nos dar uma resposta”, falou a presidenta da UEE-SP, Flávia Oliveira.
Segundo o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Emerson “Catatau”, “essa é uma grande vitória: ter uma investigação para punir os ladrões de merenda é abrir um canal para pautar a qualidade da merenda nas FATECs e ETECs e escolas”.
A comissão vai investigar agora os contratos realizados entre a Cooperativa de Agricultura Familiar e o governo do Estado, além de possíveis fraudes no abastecimento de alimentos para a merenda escolar em 22 municípios.
O processo também vai averiguar os eventuais prejuízos causados aos cofres públicos e o envolvimento de agentes públicos e parlamentares em desvios de recursos.