Foto: divulgação
No dia 29 de maio, a partir das 10h, acontece a 20ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Paulista, em São Paulo. Organizada pela ONG APOGLBT-SP , a edição de 2016 tem como tema “Lei de Identidade de Gênero Já! Todas as Pessoas Juntas Contra a Transfobia!”. Até essa quarta-feira (25), 10 mil pessoas já haviam confirmado presença no evento organizado através Facebook.
A página oficial do ato lançou a campanha “Marque-se”, convidando participantes a publicarem fotos com o rosto pintado das cores da bandeira trans, utilizando a hashtag #ChegadeTransfobia.
Um estudo realizado pela ONG Transgender Europe (TGEU), que compreende os anos de 2008 a 2015, revelou que o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis em todo o mundo. Só nesse período, ocorreram 604 mortes. No ano de 2012, um relatório feito pela Secretaria de Direitos Humanos, que atualmente deverá ser incorporada ao Ministério da Justiça e Cidadania, indicou que através do Disque 100, foram constatados 3.084 casos de violência contra LGBTs. Ao todo, foram 4.851 vítimas do preconceito popular.
BLOCO FORA TEMER NA PARADA
O apoio de outros grupos sociais, que trazem mais pautas à passeata já foi firmado. O “Bloco Fora Temer! Golpe não! Na 20° Parada do Orgulho LGBT” , composto pelo movimento estudantil e os mais diversos públicos, está se organizando para integrar o evento.
A mobilização da população LGBT, unificada às manifestações de outras categorias da sociedade, acontece num período significativo e pode demonstrar o descontentamento da população para com o cenário político atual. Com a tomada de posse do ilegítimo presidente Michel Temer, um grande cenário de retrocessos tem se configurado. Direitos da população, e em especial da comunidade LGBT, correm grande risco de suspensão, como o decreto assinado pela presidenta afastada Dilma Rousseff, que determinou que transexuais e travestis pudessem utilizar nome social no serviço público federal.
O presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Emerson Santos, fala sobre o bloco e enfatiza a ameaça aos direitos do público LGBT. “O bloco será composto por entidades estudantis e setores da sociedade que querem aproveitar o espaço para denunciar o golpe em nosso país. Essa vigésima edição acontece mediante a um cenário de grandes retrocessos para a população LGBT”, afirma.
Emerson citou ainda a posse de Alexandre de Moraes, ex-secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, que agora assumiu o Ministério da Cidadania e Justiça, que deverá receber a Secretaria de Direitos Humanos. “Alexandre mandava bater em estudantes que travavam luta aqui nas ruas, é o principal repressor dos movimentos sociais, hoje está no Ministério da Cidadania e Justiça, que deverá conduzir as pautas de direitos humanos”, lamenta.