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Contra a supressão de direitos, juristas sairão às ruas pela democracia

Após uma quarta-feira de contundentes debates no Tuca, da PUC São Paulo, o cenário de mobilização se intensifica na capital paulista e chega na noite desta quinta-feira (17/03), à histórica Faculdade de Direito da USP. No Salão Nobre da instituição, estudantes, promotores, movimentos sociais, trabalhadores e sindicatos lotaram o Ato de Juristas pela Legalidade e pela Democracia.

Relembrando Leonel Brizola, os anos de luta contra a ditadura militar e a abertura democrática no país, o professor Gilberto Bercovici destacou que a luta pela democracia é ampla. Ele ressaltou que a Constituição está em risco diante de um Congresso Nacional que tramita pautas como a terceirização, que afeta os trabalhadores e a tentativa de privatização da Petrobras. “Resistir é defender a Constituição, é exigir o aumento da participação popular para acabar com o monopólio e oligopólio da mídia”.

Diversas falas ressaltaram o interesse das poucas famílias da elite brasileira que comandam as redes de massa no país. Relembrando os sucessivos escândalos que a imprensa tem criado para alimentar o discurso de ódio pelo impeachment do atual governo, o juiz de direito, Marcelo Semer, afirmou que “nem o combate à corrupção pode corromper a Constituição”.

Em meio a palavras de ordem dos manifestantes que bradavam contra o golpe, o promotor de Justiça e professor Daniel Serra Azul Guimarães fez a leitura de nota de apoio assinada por 240 promotores da Justiça, do Trabalho e da República. Diante da polarização política agressiva que a democracia vem sofrendo, os promotores afirmam que também sairão às ruas em defesa da democracia.

A defensora pública, Thalita Verônica, também compôs a mesa e afirmou apoio à luta. “Estamos aqui, vamos nos juntar a luta de todos”, declarou.

Entre as intervenções, a defesa da democracia e apoio às lutas populares do Brasil foi destaque. Na palavra do professor e jurista Pierpaolo Cruz Bottini, é preciso lutar contra a corrupção e a arbitrariedade. “A supressão da legalidade são propostas corriqueiras. Não nos calaremos”, afirmou.

Os trabalhadores também tiveram voz durante o ato. O diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Julio Turra, fez menção ao ataque sofrido na sede das entidades estudantis no último sábado (12). “O que está por traz dessa mídia imperialista que quer roubar nosso Pré-sal e tirar o direito dos trabalhadores? Um golpe de classes que está em curso, por isso a manifestação de amanhã é fundamental”, disse.

NAS RUAS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

“Os debates desta semana mostram que estamos acumulando forças para tomar as ruas mais uma vez. A luta permanece sendo contra a retirada de direitos, o povo unificado constrói mais um grande momento histórico em defesa da democracia”, diz Camila Lanes.

A juventude que lutou contra a ditadura militar em 1964 mais uma vez sairá às ruas para defender a democracia brasileira e evitar um golpe. Nesta sexta-feira, 18 de março de 2016, a juventude e trabalhadores de todo o Brasil se unem para realizar atos simultâneos para defender a nossa maior conquista, a soberania e a liberdade do povo brasileiro.

“O lugar do movimento estudantil e da juventude é nas ruas mostrando toda sua força e irreverência”, afirma a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral.

O ato também levará milhares de secundaristas a percorrer ruas e avenidas para cobrar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema de corrupção na merenda das escolas do Estado, no qual o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), é o principal envolvido.

“O promotor que disse que acabaria com as torcidas está é acabando com as merendas. As arquibancadas estarão nas ruas ao lado dos movimentos sociais em defesa da democracia”, disse o Vice-presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (ANATORG), Alex Minduín.