Estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), campus Jaraguá do Sul, realizaram, na última quarta-feira (06), manifestação em defesa da educação e contra a previsão de cortes no Programa de Atendimento ao Estudante em Vulnerabilidade Social (PAEVS), auxílio financeiro que custeia gastos como transporte e alimentação dos estudantes.
O protesto deu início a série de atos que serão organizados pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Jaraguá do Sul (UMES) e o Centro Acadêmico de Física (CAF), com apoio do Grêmio na Luta, União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (UNALGBT) e União Brasileira de Mulheres (UBM).
Os movimentos sociais expressam posicionamento contrário aos cortes na assistência estudantil e denunciam o ataque à educação pública por parte do governo golpista de Michel Temer. Segundo o estudante Emanuel Pereira, que cursa o ensino médio integrado ao técnico em química no IFSC, “neste momento, a luta pela permanência do programa e contra os retrocessos na educação”.
“É necessário fazer uma análise do governo que tira dinheiro e ataca a educação. Na ultima década, tivemos um processo de reestruturação e abertura de vagas na rede técnica. No campus Jaraguá, por exemplo, onde muitas pessoas são de outras cidades, o auxilio sempre foi foco de investimento”, explica. “O PAEVS trouxe os excluídos para dentro do instituto, cortar é excluir quem estava se integrando na sociedade por meio do ensino de qualidade”, critica.
A secundarista Ana Silveira conta que, desde 2013, o programa cobre os gastos com transporte e alimentação. “Só com transporte mensalmente gasto são R$ 100,00, sem esse apoio será inviável permanecer estudando, e não só isso. Tenho colegas que pagam aluguel, com esses cortes correm o risco de não ter onde morar”, disse.
EDUCAÇÃO EM RISCO NO GOVERNO TEMER
O presidente interino Temer tenta revogar as lei 12.351 e 12.858, que asseguraram verbas do petróleo para a educação, e, consequentemente, contribuem para a meta 20 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê alcançar o investimento público em educação equivalente a 10% do PIB. Temer propôs ao Congresso Nacional o fim da destinação de 50% dos recursos do Fundo Social e de 75% dos royalties do petróleo para a educação com a intenção de usar a verba para pagamento de juros da dívida.
Além disso, o governo golpista quer agilizar a aprovação das desvinculações de receitas da União, de Estados e Municípios (DRU, DRE e DRM), desobrigando o investimento de 25% das verbas, até então asseguradas, para o financiamento da escola pública. Outras medidas devem ser anunciadas no sentido de impor teto ao financiamento educacional – o que na prática revogaria por completo o art. 212 da CF-1988, que trata da vinculação constitucional para a área. Já se anuncia também, extra oficialmente, o fim da aposentadoria especial do magistério, em âmbito da reforma da previdência, liquidando assim o período de políticas nacionais de valorização dos trabalhadores em Educação.