”Companheira me ajude que eu não posso andar só”. Foi essa frase que me veio quando vi a timeline lotada de textos, imagens, prints, comentários sobre uma atitude desumana que foi cometida contra uma adolescente de 16 anos.
Ela foi violada, violentada, estuprada, por 33 machos, 33 homens que se dispuseram a cobrar uma dívida quase tirando sua vida. A internet só fala disso, de como um estupro expôs uma garota, de como é doentia a atitude de cada homem que estava naquele quarto, de como é doentia a atitude de quem coloca a culpa na vitima e não nos 33 homens que quase mataram uma garota, de como são doentes aqueles/aquelas que tentam justificar tudo isso.
Eu sou mulher, não é a primeira, e infelizmente não será a ultima vez que eu vou ler que uma mulher foi estuprada. Mas, com toda a certeza, assim como foi dessa, na próxima a mídia vai colocar a palavra ”suspeita” na manchete e tentar fazer de tudo para que todas nós não pensemos como isso interfere nas nossas vidas. Eu não fui estuprada, mas me sinto violada, me sinto triste, me sinto com um peso na alma tão grande só de pensar em toda a humilhação e dor que C.P esta sentindo, de como as mulheres de sua família também estão afetadas.
Um estupro não é motivo de piada. Desculpas e omissão é crime!
E é por isso que precisamos debater gênero, diversidade e feminismo na escola, para que nossos pequenos aprendam desde o começo que está errado, que a educação seja usada também como uma ferramenta de formação cidadã.
C.P, me solidarizo a você mulher, porque sinto em cada parte do meu corpo uma dor que perfura, sangra, nos faz perder a coragem inclusive de sair! Porque é isso, essa garota carregará por toda a vida um peso medonho, um peso que deve ser dividido.
O final da frase é: ”Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”. É isso que precisamos agora: unidade, dar as mãos, os braços, as lutas e construir uma grande onda de conscientização contra a cultura do estupro e do machismo enraizado nesse Estado patriarcal!
Declare guerra a quem finge lutar pela libertação e empoderamento de cada mulher! Manas, sejamos solidárias a C.P e a cada mulher que já foi abusada, humilhada, violentada fisicamente, psicologicamente, moralmente!
Não podemos ser inimigas, somos irmãs e precisamos entender isso!
Camila Lanes, presidenta da UBES.