Foto: Tiago Macambira
Nesse domingo (29), a Avenida Paulista foi tomada pela diversidade do público da 20ª Parada do Orgulho LGBT. Com início previsto para as 10h, no MASP, a edição 2016 teve como tema a “Lei de Identidade de Gênero, Já! Todas as pessoas juntas contra a transfobia”. O ato também foi marcado por protestos contra o governo ilegítimo de Michel Temer e o caso de estupro coletivo cometido contra uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro.
O colorido da comunidade LGBT, composto por casais, movimentos sociais, entidades estudantis, homens, mulheres, jovens e idosos, caminhou pela Paulista até as 18h. A concentração final ocorreu em shows realizados no Vale do Anhangabaú. Pela estimativa dos organizadores, a Parada LGBT chegou a reunir mais de 3 milhões de pessoas.
Nesse ano, o cenário nacional teve grande peso para a realização do evento. Com a ascensão do governo Temer, as conquistas da comunidade LGBT correm risco de suspensão, a exemplo do decreto assinado pela presidenta afastada Dilma Rousseff, que determina que transexuais e travestis possam utilizar nome social no serviço público federal. Nessa conjuntura, o destaque da passeata foram as faixas, os cartazes e gritos, que somados reivindicavam o fim do governo atual, construído através de um golpe de Estado.
O abuso sofrido por uma adolescente e compartilhado nas redes sociais também foi relembrado durante a parada. Ativistas feministas e o público da marcha manifestaram-se com frases de apoio à garota, pedindo o fim da cultura do estupro, a não relativização do caso, para além da não condenação da vítima.
Bloco Fora Temer
A politização do debate sobre as questões LGBT construiu um ato ainda mais democrático. Nessa edição, a participação de outros grupos sociais fez-se nítida por meio de outras demandas acrescentadas à marcha. O “Bloco Fora Temer”, por exemplo, integrou a manifestação, com a presença de cidadãos insatisfeitos com as propostas de Michel Temer, além de representatividades estudantis (UBES, UNE, UEE, UPES).
O presidente da UPES, Emerson Santos, esteve na parada e fala um pouco mais da participação do movimento estudantil. “Somos estudantes e jovens de toda São Paulo! Construímos uma grande intervenção política na maior parada LGBT do mundo, denunciando o golpismo e todos os retrocessos, que atacam diretamente a vida de milhares de LGBT”, esclareceu, em clara referência ao conservadorismo do governo Temer, que tende a extinguir todo e qualquer avanço conquistado pela luta do movimento LGBT.