A reportagem da UBES esteve na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta terça-feira (1/6) para acompanhar a audiência pública que colocou em pauta o Plano Estadual da Educação, projeto que institui 23 metas a serem cumpridas no setor nos próximos dez anos. Estudantes, professores e deputados estiveram na sessão e protagonizaram discursos inflamados contra o sucateamento do ensino público do estado de São Paulo.
Em um cenário de crise na educação de São Paulo, onde há desvalorização dos professores, ameaças de privatização e casos de desvio de merenda, os secundaristas criticaram a falta de metas que tratem da infraestrutura das escolas, qualidade e fiscalização da merenda, promoção de ensino inclusivo e discussões de gênero, homofobia, machismo, entre outros.
“Existe uma reorganização acontecendo disfarçadamente no estado de São Paulo. Estão fechando salas de aula, silenciando grêmios estudantis, perseguindo estudantes que ocuparam suas escolas, batendo em secundaristas nas ruas porque eles se opõem a essa política”, denunciou presidenta da UBES, Camila Lanes.
Com frequentes intervenções estudantis, que reivindicavam o fim do governo de Michel Temer, além do reajuste salarial dos professores, o debate prosseguiu com o pronunciamento de Emerson Santos, presidente da União Paulista de Estudantes Secundaristas (UPES), que relembrou: “Nós queremos discutir a homofobia, a transfobia, o racismo, o machismo que mata nossa juventude todos os dias. Queremos uma escola livre dos preconceitos, emancipada e que garanta que a gente entre na universidade e que tenha futuro e perspectivas”, pontuou.
Cultura do estupro e Lei da Mordaça
No momento do discurso do deputado Edimir Chedid (DEM), manifestantes gritaram e colocaram-se de costas. O parlamentar se negou a assinar a CPI da merenda, apoiou o golpe do governo Temer e defendeu a lei da mordaça, projeto que veta a integração de tópicos como sexualidade, religião e política nas escolas.
Em contrapartida, a deputada Beth Sahão (PT) citou o recente caso de estupro de uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro, que veio a público por meio das redes sociais e enfatizou que “a cultura do estupro também passa pela discussão que temos de ter na sala de aula. Os pais são responsáveis pela educação, mas ela continua nas escolas”, reforçou.
No final da audiência, estudantes realizaram um jogral que paralisou a ALESP. Confira no vídeo abaixo: