Dilma Vana Rousseff é guerreira! Entre traições e agressões políticas que a todo custo tentam consolidar o golpe parlamentar em curso, a primeira mulher a presidir o país reescreve na história do Brasil um novo capítulo em defesa da democracia.
A resistência contra a tentativa de um impeachment ilegal chama atenção à trajetória da mineira que traz em suas trincheiras, batalhas históricas pela justiça social. Dilma enfrentou a ditadura militar, foi uma das lideranças estudantis que foi presa e torturada nos porões do regime opressor.
“Este é o segundo julgamento a que sou submetida em que a democracia tem assento, junto comigo, no banco dos réus”, disse em pronunciamento no Senado Federal nesta segunda-feira (29), na reta final do processo de impeachment. Perante acusações infundadas, a presidenta presta esclarecimento à sociedade brasileira, em especial aos 54,5 milhões de brasileiros que elegeram seu projeto de governo.
“Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes. No passado, com as armas, e hoje, com a retórica jurídica, pretendem novamente atentar contra a democracia e contra o Estado do Direito.”
MULHER DE LUTA! DILMA NÃO TEME A FÚRIA DO GOLPE
Nas redes sociais, internautas criticaram a tentativa de impeachment sem comprovação de crime de responsabilidade, chamando atenção ao cenário político. Além de se tratar de um golpe, o afastamento definitivo de Dilma é emblemático, pois se projeta contra a primeira mulher a ocupar o cargo da presidência.
Entre os 81 parlamentares que farão perguntas ao julgamento da presidenta, apenas 13 são mulheres. Em consonância com a falta de representatividade feminina no Senado, o governo golpista de Michel Temer, apresenta um conjunto de ministérios composto inteiramente por homens, indo na contramão da decisão das urnas em 2014.
Símbolo da resistência das mulheres por mais espaço na política, Dilma também foi a primeira mulher secretária da Fazenda de Porto Alegre, a primeira secretária estadual de Energia, a primeira ministra de Minas e Energia, e a primeira chefe da Casa Civil. Ela também ocupou a direção de iniciativas estratégicas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida. Coordenou a Comissão Interministerial encarregada de definir as regras para a exploração das reservas de petróleo na camada Pré-Sal.
Secundaristas também têm declarado nas redes sociais a representatividade do processo político enfrentado no Brasil. O cargo da presidência é emblemático para o empoderamento das mulheres em instâncias públicas, especialmente inspirando a participação das jovens nos grêmios estudantis e em diversas atividades.
Os estudantes também declaram apoio à Dilma, em defesa da democracia. Não apenas por seu governo dar continuidade a obras de inclusão social e redução das desigualdades, tirando o Brasil do mapa da fome, mas ressaltando avanços na educação como as R$ 8 milhões de vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), além de programas como ProUni, Fies e Ciência sem Fronteiras que democratizaram o acesso ao ensino superior e o e contribuiu para a especialização dos estudantes no exterior.
“O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria”, disse Dilma ao ressaltar o que está em jogo com o projeto em questão.
Assista aqui o discurso completo de Dilma Rousseff no julgamento do processo de impeachment no Senado Federal.