Em Pernambuco, o Conselho Superior de Transporte Metropolitano aprovou o reajuste de 14,42% nas passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR). Repudiado pela população, o aumento entrou em vigor nesta terça-feira (19), ao contrário do que foi prometido pelo governador Paulo Câmara durante as campanhas eleitorais de 2014.
Indignados com a manobrado, estudantes, trabalhadores, movimentos sociais e sindicais formaram a Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco para pressionar pela revogação do aumento considerado abusivo. Nesta segunda (18), uma assembleia geral convocada pela Frente deliberou a realização do 2º Grande Ato Contra o aumento que acontecerá na próxima sexta (22), a partir das 17h, na Praça Derly.
“Qualquer aumento é injustificável, o governador prometeu o congelamento da tarifa em R$ 2,15, a extinção dos Anéis com a tarifa única, integração temporal de 4 horas, entretanto não cumpriu com esse e nem com tantas outras propostas”, diz manifesto de convocação do ato.
Além das manifestações de rua, os próximos passos do movimento será o pedido de vistas ao Conselho Superior de Transporte Metropolitano para que nos próximos trinta dias as contas das empresas de ônibus e do Consórcio Grande Recife e custos de operação dos serviços sejam averiguados.
ESTUDANTES NAS RUAS
Na última sexta-feira (15), estudantes e trabalhadores de Pernambuco deram início à série de mobilizações na capital do estado contra o reajuste que subiu o valor da tarifa A para R$ 2,80 e a tarifa B para R$ 3,83. Contra o lucro das empresas e a falta de transparência, os estudantes participaram da primeira manifestação que ocupou a Praça do Derby e percorreu a Avenida Conde da Boa Vista, em Recife.
A União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Recife (UMES) participou da manifestação e se manterá na linha de frente dos atos, conforme conta o presidente da entidade, Jairo Marques “Todo começo de ano vamos às ruas protestar por um transporte público de qualidade e dizer não ao aumento das tarifas, estamos mais uma vez ocupando as avenidas para dizer não a esse aumento. A rua é nossa!”, declara.
“É verdade que a gente sabe que o aumento ele é abusivo, e é verdade que não dá mais para o bolso do trabalhador”, exclamou o diretor de Juventude da UMES, Romildo Albuquerque.
Conselheiros que compõem a Frente dos movimentos no estado também questionaram a decisão de reajuste, alegando que não houve tempo hábil para realização de auditoria e análise das planilhas. Neste caso, a decisão de reajuste irá à Justiça.