A UBES construiu o seu 41º Congresso, denunciando o golpe em curso e reafirmando, mais uma vez, seu compromisso na defesa da democracia.
Os estudantes em conjunto com os movimentos sociais radicalizaram na resistência e no enfrentamento, ocupando Brasília nas semanas anteriores à votação do golpe. A nossa geração, até então, vivia o período mais longo de democracia na história recente do nosso país, que é atacada por Eduardo Cunha, Michel Temer e os setores conservadores brasileiros que se utilizaram dos seus mandatos parlamentares para golpear uma presidenta que não cometeu nenhum crime e que foi reeleita pelo voto popular de mais de 53 milhões de brasileiros e brasileiras.
O atalho encontrado por Michel Temer e sua trupe é um caminho que interrompe a esperança do povo brasileiro de construir um novo país e avançar na conquista por mais mais direitos. O golpe é um golpe com dimensão geopolítica. O projeto implementado por Michel Temer é um projeto com interesses internacionais muito claros: a tentativa de desestruturar os BRICS, fazer revisões constitucionais com o objetivo de implementar um estado mínimo e voltar ao passado com as privatizações do patrimônio público.
Fora Temer! “A ponte para o passado” não é o caminho que queremos para construir a escola dos nossos sonhos. As ocupações trazem para nós uma reflexão muito clara de que a escola que nos apresentam hoje não nos serve. Queremos uma escola nova, democrática e com mais participação dos alunos. Para isso, é preciso radicalizar o debate sobre representação e organização dos estudantes, desde os grêmios estudantis, até na própria UBES, contrapondo ao que o ministro ilegítimo Mendonça Filho, juntamente com o Alexandre Frota, estuprador assumido em rede nacional, quer para a educação.
Nós permanecemos em luta para barrar o golpe e retrocessos como o Escola sem Partido, que é na verdade a escola sem democracia. Não permitiremos que esse projeto passe. Isso representa o que há de mais atrasado em termos de projeto de escola, não queremos uma lei que nos coloque uma mordaça, ou nos cale. Entendemos que educação de qualidade é aquela que nos considera como seres pensantes e nos forma para a sociedade como cidadãos e cidadãs críticos.
Queremos uma escola que combata as opressões e dialogue com a realidade, afinal, de que adianta uma escola que não trate sobre o que vivemos e enfrentamos todos os dias? A escola precisa ser libertadora e emancipadora, não aceitaremos nenhum tipo de mordaça à escola ou a nossa democracia.
É necessário apresentar uma alternativa concreta de organização, aglutinação e consulta ao povo brasileiro. Desde as jornadas de junho de 2013, a juventude e o povo têm participado mais da política. A UBES tem uma historia marcada por mobilizações estudantis e, nesse sentido, é fundamental que possamos recorrer mais uma vez ao povo. A verdade é que esse congresso nacional conservador e este método tradicional de fazer política que nos levou à essa inconstitucionalidade extremamente questionada, que não considerou o voto popular. Não dá! O nosso futuro não pode ficar refém deste congresso covarde.
Por isso estamos nas ruas contra os retrocessos do golpista Michel Temer, denunciando o golpe e construindo com o povo nas ruas uma democracia cada vez mais madura, onde deve prevalecer a decisão soberana do povo. Nesse sentido, propomos, enquanto acontece o processo de impeachment, que o que próximo passo seja a construção um plebiscito sobre novas eleições.
Com o horizonte de construção de uma reforma política popular compreendendo que essa é uma alternativa constitucional que apela a uma decisão soberana e democrática, entendemos que é a partir do voto popular, através de uma consulta à população, por meio do plebiscito, que iremos construir uma saída e, assim, aglutinar o conjunto das forças populares para recolocar a esquerda no centro do processo de radicalização e aprofundamento da democracia.
A UBES está na rua, ninguém segura ela! O processo de resistência contra o golpe é fundamental nesse momento. Por isso, convocamos toda a tropa secundarista para em agosto, mês do estudante, construir muita luta na rua!