Durante a primeira reunião da nova diretoria executiva da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, os membros da entidade aprovaram na última segunda-feira (7) o documento de convocação da Jornada Nacional de Lutas de 2016, pautando a luta contra a retirada de direitos, em defesa da educação e da democracia.
100 MIL EM BRASÍLIA
O documento aprovado convocou para o Dia Nacional de Mobilização em 31 de março, em Brasília (DF), palco histórico da tradicional Jornada de Lutas que acontece anualmente entre os meses de março e abril com atos por todo país. Nas trincheiras da democracia, a UBES, os estudantes, os profissionais da educação e os trabalhadores das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo esperam reunir 100 mil pessoas em marcha unificada dos movimentos sociais na capital brasileira.
Mobilizações que consolidaram uma verdadeira Primavera Secundarista, desde o final de 2015, a série de ocupações das escolas e espaços públicos deu maior destaque às pautas dos jovens na Jornada deste ano.
O texto ressalta a luta pela Nova Escola, em defesa da democracia, da Petrobrás, por mais investimentos na educação, contra o golpe, por mudanças na política econômica, garantia dos direitos dos trabalhadores e cada vez mais participação popular.
Acesse abaixo o documento na íntegra.
ESTUDANTES NAS RUAS CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS, O GOLPISMO, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA PETROBRÁS.
Os e as estudantes brasileiros (as) vivem um momento de primavera secundarista. Já faz algum tempo que essa geração não aceita mais a escola e a educação tal qual vem sendo concebida. Desde o congresso da UBES, realizado em novembro de 2015, os estudantes em luta já apresentaram sua posição sobre o sucateamento da educação pública. Em meio ao nosso maior fórum, os secundaristas já ocupavam as escolas em São Paulo contra o fechamento das instituições promovido pelo governador Geraldo Alckmin. O movimento das ocupações se espalhou por outros estados do país, como em Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Goiás.
O ano de 2015 foi um ano de luta contra os cortes de verbas na educação e o ajuste fiscal, entramos em 2016 lutando contra o aumento da tarifa e a precarização do sistema do transporte, isso demonstra que a bandeira do Passe Livre é muito atual, bem como a luta por cidades mais inclusivas que propiciem o pleno aproveitamento dos espaços culturais e de lazer.
Em toda a América Latina, setores conservadores e retrógados, ligados a grande mídia, em meio a mais grave crise do capitalismo, apresentam uma agenda regressiva ao povo, no qual põem em risco a democracia e os direitos conquistados na última década nos governos populares e progressistas. No Brasil, a direita reacionária e alguns setores do governo, protagonizado por Eduardo Cunha e pelos setores derrotados nas últimas eleições, tenta impor uma agenda de ataques à democracia e a soberania do nosso povo, bem como as riquezas da nação, tendo como alvo a Petrobrás e a camada do Pré-sal, visando entregá-la para as empresas multinacionais, através do PLS 131 do Senador Tucano José Serra.
Tendo como objetivo também o retorno à presidência da República, a direita brasileira, não pelo voto popular, mas sim através de um golpe de estado, sem nenhuma base legal e de maneira irresponsável tenta desestabilizar a nossa jovem democracia brasileira. Nesse contexto, cabe a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas ir às ruas lutar pra garantir a manutenção dos avanços conquistados no último período, como o Fundo Social do Pré-Sal, os 75% dos royalties, os 10% do PIB para Educação e a garantia da democracia.
A crise internacional do capitalismo neoliberal, que vem desde 2008, coloca em risco todo o período de políticas anti-cíclicas e de desenvolvimento progressista no nosso País e na América Latina como um todo. Historicamente, a UBES se coloca em defesa árdua dos direitos e conquistas das e dos trabalhadores/as e da juventude brasileira. Nesse sentido, nós estudantes secundaristas precisamos nos unir na perspectiva de pressionar o governo no que tange à atual política econômica. É fundamental pensarmos em alternativas para mudar os rumos da dinâmica de condução da economia nacional, pautando a continuidade do projeto democrático-popular de desenvolvimento do nosso País iniciado no primeiro governo Lula.
Nossa política econômica precisa ter lado e prioridade. A UBES é contra os cortes de verbas da educação e da saúde, contra a política de superávit primário que compromete quase metade do PIB com o pagamento da dívida publica. A saída da crise não se dará cortando direitos dos trabalhadores (as) e da juventude. Que os ricos paguem pela crise!
Os e as estudantes secundaristas tem em seu DNA a vocação de participar e intervir nos rumos do país. E é na democracia que este anseio encontra melhores condições para se concretizar. A UBES sempre lutou em defesa da democracia, como melhor sistema para expressar as vontades populares e da juventude, portanto, não aceitará as tentativas da elite brasileira, aliada à grande mídia, setores do congresso nacional e parte do governo que, através da lei antiterrorismo – um dos maiores ataques ao movimento social pós-ditadura militar – tentam criminalizam aqueles e aquelas que sonham e lutam por um país mais justo e uma educação melhor.
Por isso a UBES convoca todos e todas as estudantes para irem as ruas no dia 31 de Março, em Brasília, lutar contra a onda de retirada de direitos golpista e entreguista de nossas riquezas, defender as riquezas do pré-sal para educação, garantir o direito de se organizar e manifestar livremente e se opor a qualquer retrocesso para classe trabalhadora e para a juventude. Junto com a rede do movimento estudantil secundarista, somando forças com os Grêmios, UMES e entidades estaduais em todo Brasil, com muita unidade entre os diversos coletivos jovens organizados, construir uma grande Jornada de Lutas em defesa do Brasil.
Vamos à luta!
Saudações estudantis!
Direção Executiva da UBES
07 de Março de 2016.