A próxima sexta-feira, 28 de abril, é data para grande mobilização popular contra os retrocessos do governo Temer, com previsão de paralisação de várias categorias, inclusive de transporte, e atos em todas as regiões do Brasil. Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das quais a UBES faz parte, junto com o Fórum das Centrais Sindicais, convocam para as manifestações.
“A greve é para todos que se preocupam com o País e com o seu futuro. Nós, jovens, não podemos só conseguir entrar na faculdade e um emprego. Precisamos pensar mais longe”, afirma Camila Lanes, presidenta da entidade dos secundaristas.
Com apenas 10% de aprovação, o governo Temer se esforça para aprovar leis de interesse do empresariado e do sistema financeiro, como a reforma trabalhista e previdenciária.
O movimento do dia 28 é continuação da greve geral de 15 de março, que foi importante para diminuir o apoio de parlamentares à Reforma da Previdência. Esta lei, que pode retirar o direito de muitos brasileiros à aposentadoria, acabou um pouco modificada após a pressão popular no relatório apresentado esta semana, mas continua ameaçando o direito.
“O esforço que o governo tem feito para tentar aprovar a reforma prova que a juventude e os trabalhadores entenderam o quão retrógrada ela é. Mas também que precisamos continuar mobilizados e fazer grandes atos e paralisações na sexta”, diz Jéssica Lawane, diretora de Movimentos Sociais da UBES.
Um estudo da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)mostra que o “rombo” anunciado nas contas, como justificativa para as mudanças, não é verdadeiro. “Desde 1989 não se contabiliza a parte do governo como fonte de receita da Previdência. Ao fazer isso, a União nega que a Previdência faça parte da Seguridade Social, em confronto com os artigos 194 e 195 da Constituição”, explica o economista Eduardo Fagnani, um dos organizadores do estudo.
Assim como a terceirização, que pode criar postos de trabalho sem benefícios nem estabilidade e foi colocada da noite para o dia na Câmara dos Deputados, a Reforma Trabalhista será votada a toque de caixa pelos parlamentares.
Isto porque, na última quarta (19), os governistas votaram para colocar a lei em regime de urgência, mesmo depois de ter perdido esta votação na véspera.
“A manobra, feita aos moldes do [ex-presidente da Câmara] Eduardo Cunha, mostra que eles têm muito a temer em Brasília, e estão com medo da greve geral”, afirma Fabíola Loguercio, diretora de Comunicação da UBES. Ela completa: “Se acham que esta manobra na Câmara pode diminuir nossa mobilização, estão muito enganados. O povo brasileiro vai ocupar as ruas com muito mais força e garra”.
Reveja mobilização popular de 2017:
8 de março: Mulheres tomam as ruas por igualdade
15 de março: Milhares tomam as ruas contra reformas
31 de março: Rumo ao abril vermelho e greve geral
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