Na última terça-feira (02), o Congresso Nacional deixou, mais uma vez, uma dúvida ao povo brasileiro: temos um parlamento ou um circo de show de horrores? A votação sobre o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) demonstrou aos brasileiros e à comunidade internacional o que as forças progressistas vêm falando há um bom tempo nas ruas: as instituições públicas da República Federativa do Brasil estão falindo e afundando na contradição.
Em 17 de abril de 2016, deputados da então oposição votaram a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), sob justificativa da “estabilidade econômica e política no Brasil”. Ora, vemos neste dia 2 de agosto de 2017, quase um ano após o julgamento e consumação do processo administrativo citado, os mesmos senhores e senhoras que alegaram exercer um dever histórico em defesa do país entrando em extrema contradição.
O resultado desta votação na Câmara de Deputados demonstra a fraude que se tornou o parlamento brasileiro, que obstrui a Justiça e não atende ao clamor do povo. Este mesmo parlamento aprova reformas antipopulares e retrógradas contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, tomando de assalto a esperança do povo brasileiro de sair da crise e do desemprego generalizado.
É provável que a Procuradoria Geral da República apresente novas denúncias contra o presidente ilegítimo. Entretanto, a missão das forças progressistas deve ser reconstruir a esperança do povo brasileiro, só assim teremos uma ampla mobilização para a reestruturação do Estado Democrático de Direito.
A vitória de Temer no Congresso reforça as energias para resistir e nos prepara para um grande desafio: disputar as mentes e os corações dos brasileiros e travar uma batalha pela antecipação das eleições de 2018. Não basta retirar o ilegítimo, temos que eleger uma nova legislatura, que represente os anseios do povo e que se comprometa em reaver o desenvolvimento nacional.
Presidente da Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas (ACES).