Qual sua maior preocupação? Segundo pesquisa de 2013, o que mais aflige a população entre 15 e 29 anos é violência, trabalho, educação e saúde. Para melhorar a vida e perspectivas dos 50 milhões de brasileiros nessa faixa etária, o governo e a sociedade elaboraram em 2004 o Plano Nacional da Juventude, com metas para serem alcançadas em 10 anos. O problema é que os 10 anos já passaram e o documento nem foi aprovado ainda.
Por isso diversos representantes da juventude participam, nesta quinta (14) e sexta (15), de reuniões pela atualização das metas para a realidade atual. “A juventude é o futuro do país, mas é também o presente”, afirmou o presidente da UBES, Pedro Gorki, durante encontro da Comissão Geral, na Câmara dos Deputados.
Ele elogiou as estratégias do plano para garantia de direitos, mas foi crítico a circunstâncias atuais do País. Gorki citou quatro adolescentes detidos esta semana na Câmara Municipal de São Paulo ao protestar contra o projeto “Escola Sem Partido” e lembrou que uma escola livre, democrática e plural faz parte dos anseios da juventude.
O líder secundarista e outros participantes ressaltaram que medidas adotadas recentemente conflitam com as perspectivas do plano. Por exemplo, o congelamento das verbas para educação e a reforma trabalhista, que cria postos de trabalho temporários e intermitentes:
“No presente vivemos grandes dificuldades. Não dá para ter política boa para juventude com uma reforma trabalhista aprovada nesta Casa.”
O Conselho Nacional da Juventude se reúne em Brasília nesta sexta (15), com a participação dos secundaristas da UBES, para tratar da atualização do PNJ. Este fórum deve colaborar com a fiscalização da lei, quando for aprovada.
Consultores da Unesco também participam das discussões. Já foram realizadas audiências públicas em quatro regiões do Brasil.
Entre os objetivos traçados pelo PNE de 2004, estão a universalização do Ensino Médio e a erradicação do analfabetismo, além de programas de emprego, bem estar e aceitação da diversidade.