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Ocupa Brasília: 6 fatos que você não pode dormir sem saber

Uma semana depois que provas de corrupção começaram a ruir o governo de Michel Temer, a sociedade brasileira mostrou que não aceitará a continuidade da gestão ilegítima. E muito menos dos seus projetos de reformas, sem aprovação das urnas. “O governo não pode continuar fingindo um falso clima de normalidade”, afirma Camila Lanes, presidente da UBES.

Esta quarta-feira (24) começou com estudantes entregando ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um abaixo-assinado com mais de 220 mil assinaturas pela saída de Temer e por eleições diretas. O dia avançou com grande protesto organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das quais a UBES faz parte, para reivindicar também a retirada das reformas Trabalhista e da Previdência no Congresso.

 E terminou com repressão policial, forças armadas na rua a mando do presidente golpista, manifestantes feridos, ministérios esvaziados e sessões canceladas. Veja os principais acontecimentos de um dia que entra para a história.

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1- Estudantes entregam abaixo-assinado na Câmara

24m assinaturas

Demorou, mas representantes da UBES e da UNE conseguiram fazer história e se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para entregar uma petição com mais de 220 mil assinaturas impressas e outras 700 virtuais pela saída de Temer da presidência e eleições diretas. As assinaturas foram recolhidas em apenas 7 dias. (Saiba mais sobre isso)

Camila Lanes, presidenta da UBES, comentou:

“O dia já começou tenso, com todas as portas do Congresso fechadas e cercadas por policiais. Demoramos para conseguir entrar e ainda tomamos um chá de cadeira de 3 horas! Mas conseguimos mostrar ao Congresso que temos legitimidade para pedir Diretas Já”.

Não assinou? Ainda dá tempo: campanhas.une.org.br/diretaja

2- 150 mil de todo o Brasil na Esplanada

24M ocupa brasilia

De manhã, o Plano Piloto começou a se encher de cores e gritos, com mais de mil ônibus vindos do Brasil todo, segundo as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, para o Ocupa Brasília. A manifestação, que começou às 11h no estádio Mané Garrincha e seguiu em passeata até a Esplanada, chegou a reunir 150 mil pessoas pela saída de Temer e novas eleições. Camila Lanes convocava:

“O governo não pode continuar tentando manter um falso clima de normalidade, como se nada tivesse acontecendo, como se não tivesse sendo investigado, como se não houvesse denúncia de propina.”

3- Exército nas ruas 

24m exército

Depois de forte repressão policial, muitos manifestantes feridos e outros se defendendo com barricadas, Michel Temer assinou, no fim da tarde, um decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para “a garantia da lei e da ordem no Distrito Federal”. Manifestantes recuaram e não chegou a haver confronto com o Exército.

Para juristas, atitude seria crime de responsabilidade.

4- Reformas paralisadas e sessão suspensa

24m congressistas2

Parlamentares de oposição ocuparam a mesa da Câmara dos Deputados e impediram o avanço da sessão aos gritos de “Fora Temer”. Eles acreditam que o governo não tem legitimidade para continuar a implementar reformas. Pediram a instalação de uma comissão de impeachment e apelaram pelo fim da truculência contra os manifestantes do lado de fora.

A sessão terminou suspensa.

5- PEC das Diretas avança no Senado

Na Câmara dos Deputados, o projeto de emenda constitucional para eleições diretas foi refutado nesta terça (23), em sessão tumultuada por brigas entre governo e oposição. Mas, no Senado, avança e deve ser votado na próxima quarta.

Senadores de oposição chegaram cedo ao Congresso e conseguiram incluir a PEC das Diretas na pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O texto de Lindbergh Farias (PT) é um substitutivo à PEC 67/2016, do senador Reguffe (Sem partido – DF), que amplia para três quartos do tempo de mandato o prazo para que a escolha do novo presidente seja feita pelo voto popular em caso de vacância do cargo.

6- Defesa de Dilma pede anulação do impeachment

Liminar para anular o processo de impeachment foi pedida nesta quarta (24) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na petição, José Eduardo Cardozo alega fatos novos, como as denúncias feitas na delação da JBS. Se a liminar for concedida, Dilma Rousseff pode até voltar à presidência.