Por mais que tentem associar a data às compras e ao capitalismo, o dia internacional de luta das mulheres teve sua data determinada como 8 de março durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. Isso foi em Copenhague, capital da Dinamarca, quase 100 anos atrás. A feminista Clara Zetkin propôs a oficialidade da data não para que apenas ganhássemos flores e bombons, mas para que, claro, no mundo inteiro pudéssemos celebrar com muita luta, garra e resistência esse dia tão representativo para nós.
Falando de resistência, passamos para o Brasil de hoje: vivemos um estado de exceção, advindo de um golpe com caráter extremamente machista contra a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff. Nós, mulheres, já desencadeamos um processo de resistência contra todos os tipos de reformas conservadoras e violentas que têm como objetivo o ataque direto à vida das mulheres, à soberania nacional e aos direitos sociais.
Como? Fomos protagonistas nas mais de mil ocupações que aconteceram no ano de 2016, que denunciavam o desmonte que estava colocado naquele momento, como por exemplo: a arbitrária reforma do Ensino Médio; a Lei da Mordaça, que pode cercear o debate dentro de sala de aula, transformando aquele espaço de aprendizado em um ambiente totalmente opressor; A PEC 241, que congela os investimentos nas áreas da saúde, educação e assistência social por 20 anos.
No ano passado, construímos um dos maiores 8 de março da história do Brasil, quando fomos às ruas denunciar a Reforma da Previdência que tirava de nós, principalmente das estudantes secundaristas, o direito de sonhar com a aposentadoria ao fim de seu incansável tempo dedicado a jornada de trabalho, que chegam a ser triplas ou até mesmo quádruplas. Foi nesse 8 de março que as mulheres impulsionaram as mobilizações dos atos que vieram logo após, transformando as ruas na melhor e maior arena de luta e resistência durante o ano todo.
O 8 de março sempre inicia o ano fortalecendo a luta da classe trabalhadora e de nós, mulheres. Neste ano temos como principal mote das mobilizações a defesa da democracia, que hoje se encontra duramente atacada, se mostrando como uma das faces da continuidade do golpe. Mas nós, que nunca fugimos da luta, resistiremos e seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!