Nesta segunda-feira (19), a votação dos vereadores na Câmara Municipal de Parnamirim (RN) estava marcada para definir a implementação do Projeto Escola Sem Partido, que ameaça a liberdade de acesso ao conhecimento e a democracia no ambiente escolar. Porém, a sessão foi adiada devido à forte pressão dos estudantes presentes.
Com apelo religioso, utilizando nos discursos termos como “a favor da família” e defendendo que todos os “tementes a Deus” deveriam estar presentes, a bancada evangélica da Câmara mobilizou apoio ao projeto.
“Parnamirim é uma cidade muito conservadora. Alguns pastores são vereadores e liberaram vans para trazer apoiadores que estavam com crianças de colo e bíblias debaixo do braço”, informa Nayanna Mirely, Diretora de Cultura da UMES-Natal.
Segundo ela, é perceptível que a população não tem conhecimento do que é a Lei da Mordaça. Relatou que os vereadores discursam pela aprovação para impedir que a identidade de gênero seja discutida em ambiente escolar.
A jovem também destacou a dificuldade de abordar o tema nas escolas do município: “O preconceito é muito grande. Sofremos intensa repressão quando realizamos debates em sala de aula”.
No mês de fevereiro, com o retorno das atividades na Câmara dos Deputados, muitos estados estão acelerando os debates sobre a lei. Em Recife, ainda no início do mês, a vereadora Aimée Carvalho (PSB) propôs uma audiência pública para votação e reforçou estar defendendo “os direitos da família”.
A UBES é contra o Projeto Escola Sem Partido e acredita que é uma tentativa de censurar e suprimir a liberdade de professores e alunos nas instituições de ensino. Os secundaristas não vão ceder e continuarão pressionando para que este projeto seja derrubado.
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Por Aline Campos