O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou dados animadores sobre a população brasileira apta para votar no mês de junho, o primeiro após o fim do cadastramento para as eleições deste ano. Há 1,9 milhão de pessoas entre 16 e 17 anos com título, apesar do voto não ser obrigatório antes dos 18. São 500 mil jovens a mais em relação ao mês de janeiro.
Entre toda a população de 16 e 17 anos, 29,5% estão com o título em mãos. É a maior alta desde 2006, segundo a Folha de S. Paulo. O jornal cruzou informações da população nacional (fornecidas pelo IBGE) e de votantes (do TSE).
Na última eleição presidencial, em 2014, apenas 23% dos adolescentes estava cadastrada. Eram 35% em 2010, 37% em 2006, 31% em 2002 e 26% em 1998.
Entre abril e maio, a campanha da UBES “Se Liga, 16!” mobilizou a juventude do país todo sobre a importância de participar da política e das eleições, com bate-papos e rolês até os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
Às vésperas das eleições, a UBES promove ainda uma campanha em defesa da escola pública, para que os temas relacionados à educação ganhem o centro dos debates sobre o Brasil que a sociedade quer construir. De 10 a 16 de agosto, os secundaristas constroem a Jornada de Lutas “Nesta eleição, defenda a educação”.
O presidente da UBES, Pedro Gorki, explica por que a atenção para o assunto: “Votar é a chance de escolhermos projetos e ideias que nos atendam, que melhorem a educação pública, que promovam a vida dos jovens negros nas periferias, que garantam o acesso ao transporte, à saúde, à cultura, ao emprego, ao desenvolvimento. Se a maioria dos nossos problemas nasce da política, não há saída para esses problemas fora da política”.
Natália de Freitas, do Rio Grande do Norte, tem 17 anos e começou a pensar sobre política este ano. Assim como muita gente da sua geração, ela passou a se interessar pelo contexto do país e notar que sua escola fazia parte de um universo maior. “Percebi que, querendo ou não, a política está presente nas nossas vidas”, diz a potiguar, também diretora de Meio Ambiente do seu grêmio.
“Tenho vontade de me envolver mais e mostrar que estou aqui, buscando meus direitos e ocupando espaços de poder”, completa Natália. Ela está se informando sobre projetos e ideias para poder decidir quais candidatos receberão seus primeiros votos.