Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em 6 de julho de 1907 e no dia 13 do mesmo mês, em 1954, faleceu com apenas 47 anos. À frente de seu tempo, Frida desafiou os padrões da época, teve forte participação em espaços majoritariamente masculinos, não só no ramo das artes plásticas, e se tornou um símbolo de resistência feminista.
Neste mês, tão simbólico para sua memória, a UBES falou com o presidente do Grêmio Frida Kahlo (GEFK), que há dois anos realiza um trabalho de luta e conquistas com estudantes da Escola Estadual Ferreira Itajubá, em Natal, no Rio Grande do Norte.
Reeleito presidente no ano passado, Jhonata Duarte está em sua segunda gestão. O jovem diz que antes da fundação do grêmio, em 25 de abril de 2016, os estudantes não se sentiam representados: “A escola não era bem vista pela comunidade e nem mesmo pelos próprios jovens. Hoje, o GEFK mudou este cenário e é visto pelos estudantes como uma referência”.
Frida Kahlo, como inspiração para a criação do grêmio, também é um exemplo na administração. O presidente conta que a atual gestão é composta por 10 direções, sendo a maioria presidida por mulheres.
“Ela é uma grande mulher! Sua história nos mostra que podemos ser quem realmente somos e que não precisamos nos esconder atrás dos padrões sociais. Para nós, Frida representa o feminino, diversidade, respeito, e luta”, responde Jhonata sobre a escolha do nome do grêmio.
Para Jhonata, é fundamental envolver os estudantes para que se conscientizem de seus direitos e deveres. Uma das vitórias marcantes foi que com a união estudantil conseguiram evitar o fechamento do turno vespertino da escola.
O presida avalia que o maior desafio foi concretizar a fundação do grêmio, mas que mesmo enfrentando dificuldades e com pouco apoio da diretoria escolar, tiveram grandes conquistas: “Ainda há muito a fazer, mas nossa escola não é mais só uma promessa. Conquistamos a vitória das mulheres, dos LGBT’S e dos negros e negras do Ferreira Itajubá, que passaram a ser muito bem representados”.
E diz que as vitórias só foram possíveis devido ao apoio dos colegas de equipe e de todos os estudantes que se dedicaram com muito amor à essa causa e abraçaram a ideia do grêmio como se fosse um filho.
Ainda muito jovem, Frida sofreu um acidente que poderia colocar em risco sua carreira artística, pois passou um longo período em recuperação, sem poder se locomover. Mesmo assim, a artista continuou pintando e foi durante este período que fez vários de seus famosos auto retratos. Mais velha, precisou amputar uma perna e também continuou pintando.
“Frida é uma inspiração para a arte e nos mostrou que apesar das dificuldades precisamos ir em frente!”
A trajetória de Frida Kahlo influenciou principalmente nas atividades desenvolvidas pelo GEFK. O grêmio valoriza o esporte, realizando campeonatos, e também realiza atividades artísticas e circuitos culturais.
Jhonata afirma que estas são áreas prioritárias para a gestão: “É muito melhor termos um jovem dentro da escola do que fora dela. Encontramos no esporte, na arte e na cultura, uma maneira de diminuir a evasão escolar e o resultado foi extremamente positivo”.