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No mês da Frida Kahlo, conheça o grêmio que leva seu nome

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em 6 de julho de 1907 e no dia 13 do mesmo mês, em 1954, faleceu com apenas 47 anos. À frente de seu tempo, Frida desafiou os padrões da época, teve forte participação em espaços majoritariamente masculinos, não só no ramo das artes plásticas, e se tornou um símbolo de resistência feminista.

Neste mês, tão simbólico para sua memória, a UBES falou com o presidente do Grêmio Frida Kahlo (GEFK), que há dois anos realiza um trabalho de luta e conquistas com estudantes da Escola Estadual Ferreira Itajubá, em Natal, no Rio Grande do Norte.

Evento em comemoração à 1 ano de fundação do Grêmio Frida Kahlo, em 2017.

Reeleito presidente no ano passado, Jhonata Duarte está em sua segunda gestão. O jovem diz que antes da fundação do grêmio, em 25 de abril de 2016, os estudantes não se sentiam representados: “A escola não era bem vista pela comunidade e nem mesmo pelos próprios jovens. Hoje, o GEFK mudou este cenário e é visto pelos estudantes como uma referência”.

Frida Kahlo, como inspiração para a criação do grêmio, também é um exemplo na administração. O presidente conta que a atual gestão é composta por 10 direções, sendo a maioria presidida por mulheres.

Jhonata Duarte, 18 anos, presidente do Grêmio Frida Kahlo por dois anos consecutivos.

“Ela é uma grande mulher! Sua história nos mostra que podemos ser quem realmente somos e que não precisamos nos esconder atrás dos padrões sociais. Para nós, Frida representa o feminino, diversidade, respeito, e luta”, responde Jhonata sobre a escolha do nome do grêmio.

Participação dos estudantes para a construção de uma escola melhor

Para Jhonata, é fundamental envolver os estudantes para que se conscientizem de seus direitos e deveres. Uma das vitórias marcantes foi que com a união estudantil conseguiram evitar o fechamento do turno vespertino da escola.

O presida avalia que o maior desafio foi concretizar a fundação do grêmio, mas que mesmo enfrentando dificuldades e com pouco apoio da diretoria escolar, tiveram grandes conquistas: “Ainda há muito a fazer, mas nossa escola não é mais só uma promessa. Conquistamos a vitória das mulheres, dos LGBT’S e dos negros e negras do Ferreira Itajubá, que passaram a ser muito bem representados”.

E diz que as vitórias só foram possíveis devido ao apoio dos colegas de equipe e de todos os estudantes que se dedicaram com muito amor à essa causa e abraçaram a ideia do grêmio como se fosse um filho.

Pedro Gorki, presidente da UBES, na 1ª Conferência Estudantil da E.E. Ferreira Itajubá com a UMES Natal e o GEFK.

 

O poder da arte e da cultura para a educação

Ainda muito jovem, Frida sofreu um acidente que poderia colocar em risco sua carreira artística, pois passou um longo período em recuperação, sem poder se locomover. Mesmo assim, a artista continuou pintando e foi durante este período que fez vários de seus famosos auto retratos. Mais velha, precisou amputar uma perna e também continuou pintando.

“Frida é uma inspiração para a arte e nos mostrou que apesar das dificuldades precisamos ir em frente!”

A trajetória de Frida Kahlo influenciou principalmente nas atividades desenvolvidas pelo GEFK. O grêmio valoriza o esporte, realizando campeonatos, e também realiza atividades artísticas e circuitos culturais.

Campeonato organizado pelos estudantes.

Jhonata afirma que estas são áreas prioritárias para a gestão: “É muito melhor termos um jovem dentro da escola do que fora dela. Encontramos no esporte, na arte e na cultura, uma maneira de diminuir a evasão escolar e o resultado foi extremamente positivo”.