Na última quinta-feira (5), logo quando foi decretada a prisão ilegítima do ex-presidente Lula, os estudantes secundaristas partiram para São Bernardo do Campo (SP), tomar as ruas em volta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Juntaram-se a diversos movimentos sociais, trabalhadores sem teto, sem terra, apoiadores diversos que têm denunciado, nos últimos anos, a perseguição política a Lula, condenado em um processo sem provas que envolve a suposta posse de uma apartamento no município do Guarujá.
O presidente da UBES, Pedro Gorki, lembrou que a escalada das movimentações para prender Lula teve seu ápice em um momento de graves ameaças e violências contra a democracia no país: “A prisão de Lula aconteceu após o assassinato político de Marielle Franco, no Rio de Janeiro, do assassinato de cinco jovens do movimento estudantil no município de Maricá, dos tiros à própria caravana de Lula no sul do país. Isso requer toda a mobilização da juventude, em todos os estados do nosso país”.
Na sexta-feira (6) e no sábado (7), a UBES levou a sua solidariedade a Lula e permaneceu acampada em torno do Sindicato, onde o ex-presidente se encontrava. Ônibus de diversas partes do país chegaram para se somar à luta. Com a campanha “Não Podem Prender os Nossos Sonhos”, os estudantes distribuíram panfletos e movimentaram as redes sociais.
O apoio a Lula contou com todas as forças e tendências que representam a luta popular no país. Também teve grande repercussão na imprensa internacional, que enviou equipes de reportagem, demonstrando a importância da pauta da resistência democrática no país. Muitos veículos estrangeiros denunciaram a perseguição política envolvida no caso.
O fim da missa de homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia, na manhã do sábado, contou um dos pronunciamentos mais célebres de Lula em sua trajetória e foi marcado também pela imagem registrada pelo fotógrafo Francisco Proner, de apenas 18 anos, que colabora com diversos coletivos da mídia independente no país, incluindo o Circus da UBES e o CUCA da UNE. A imagem rodou o mundo, estampada nos principais jornais e também nas redes.
Após a saída de Lula, os estudantes se movimentaram imediatamente para o aeroporto de Congonhas, ocupando uma das entradas da área por onde passaria o ex-presidente, e permaneceram em espera durante toda a tarde e o início da noite. O protesto teve a participação da deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP) que se somou aos diversos grupos de juventude com palavras de ordem e resistência. “Lula não se prende, Lula é a gente”, bradaram os estudantes.
Segundo a UBES, o momento agora é também de somar forças em Curitiba, em frente ao prédio da Polícia Federal em que Lula está mantido.
“É necessário dizer que essa prisão é fruto de perseguição, que querem condenar não apenas Lula, mas o sonho do desenvolvimento dos mais pobres, especialmente da juventude. Por isso estaremos acampados também em Curitiba pela nossa democracia”, diz Pedro Gorki.
Acompanhe pelo site e pelas redes da UBES.