A UBES, entidade que representa os estudantes secundaristas na Organización Continental Latinoamericana y Caribeña de Estudiantes (Oclae), participará de reunião com as demais entidades que compõem a Organização, de 12 a 17 de fevereiro, em Havana, Cuba.
“Acho que é muito importante para nós hoje, junto com a UNE, fazermos um debate dentro da Oclae sobre a ascensão do neoliberalismo na América Latina e avaliar como a Oclae pode ser uma peça-chave de resistência e solidariedade entre os estudantes do continente, como sempre foi historicamente. O Brasil não é o único país que está sofrendo com os retrocessos e ataques do imperialismo norte-americano”, acrescentou a estudante.A reunião irá também convocar o 18º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (CLAE), que deve acontecer em junho deste ano, nas comemorações dos 100 anos da Reforma Universitária de Córdoba (Argentina).
“Esse CLAE será em Córdoba, lembrando a reforma que norteou o debate da educação da América Latina nesses últimos anos para um lado mais progressista”, diz Bruna.
Para ela, a missão da UBES, como parte da Oclae, é conseguir mobilizar os estudantes secundaristas da América Latina e os estudantes brasileiros para discutir a educação e a democracia não só no Brasil, mas em todo o continente.
Participação democrática dos estudantes, soberania dos países e o grito dos universitários pela integração latino-americana. Esses são alguns pontos do manifesto que ficou conhecido como Reforma de Córdoba, ou Reforma Universitária de 1918, e levantou bandeiras que se fazem atuais até o dia de hoje. Entre elas estão a defesa do estudo gratuito de qualidade, com pensamento crítico, que servisse de ferramenta para o desenvolvimento científico. Há cem anos esses pressupostos mexeram nas estruturas de poder dentro da universidade.
Apesar da reforma ter sido no ensino superior, ela se volta à qualidade do ensino em todos os níveis e da integração da educação no continente. Para a Oclae (entidade que representa 36 Federações Estudantis, organizações do movimento estudantil secundarista, universitário e de pós-graduandos de 23 países do Continente Americano), os estudantes contemporâneos têm o desafio de atualizar, 100 anos depois, as necessidades dos estudantes e do movimento estudantil na América Latina e do setor da educação.