“Educação não transforma o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
A frase do educador Paulo Freire é uma inspiração para muitos estudantes brasileiros que veem na educação a porta de entrada para um futuro melhor. Suas ideias inspiraram os secundaristas do IFRN – Campus Natal Zona Norte que colocaram o nome do educador no grêmio do IF. Segundo eles, “carregar o nome de Paulo Freire é sinônimo de resistência pela educação libertadora e de qualidade”.
O estudante Felipe de Oliveira, de 16 anos, é secretário-geral e presidente interino do Grêmio Estudantil Paulo Freire (GEPF), fundado em 2009. Ele conta que na época a escolha do nome do grêmio foi decidida por eleição no IF e o nome do educador foi eleito quase que por unanimidade. “Um grêmio estudantil, ainda mais um que carregue o nome do educador Paulo Freire, não só tem a capacidade como tem o dever de mudar a perspectiva de futuro dos estudantes”, diz Felipe.
O estudante, que está no 2° ano do técnico integrado em Comércio, conta que o grêmio mudou sua própria perspectiva de futuro através de um intenso auxílio à formação do pensamento crítico. “Nossos olhos se abrem para as possibilidades que o IF pode nos proporcionar, descobrimos novos horizontes e principalmente nosso lugar na sociedade”, conta Felipe, integrante do grêmio há dois anos.
Ao lado de uma diretoria composta por estudantes muito atuantes no movimento estudantil, o Grêmio Paulo Freire vem mudando não somente os secundaristas, mas o próprio IF. Um dos feitos que mais ajudou os colegas foi a desburocratização de carteirinhas e as compras de uniformes. Facilitaram esses processos e ainda conseguiram as fardas por valores mais acessíveis.
Aula também nas ruas
Felipe lembra que um dos dias mais marcantes para a gestão atual foi o 15 de maio desta ano, que reuniu estudantes pelas ruas do Brasil inteiro contra os cortes de 30% do governo Bolsonaro à educação, atingindo principalmente Institutos e Universidades Federais: “Foi muito gratificante ver tanta resistência numa área tão negligenciada da cidade e mais bonito ainda foi ver que os estudantes que estavam nas ruas de manhã e à tarde se mobilizando e participando de um grande dia de luta”.
O Grêmio também vem debatendo desconstrução de preconceitos em ambiente escolar. Como a discussão sobre minorias, direitos das mulheres, pautas raciais e combate à LGBTfobia. Já realizaram a Semana da Saúde Feminina, um Clube de Discussões de Gênero e vários debates. O último evento organizado foi no Dia do Orgulho LGBT+ , quando aconteceram rodas de conversa para ajudar e desconstruir conceitos que afetam a juventude LGBT+.
Estudantes engajados nas redes
Se tem outra coisa que o Grêmio Paulo Freire também sabe fazer muito bem é engajar os estudantes nas redes. A página do Grêmio nas redes sociais (Instagram, Whatsapp, Twitter e Facebook) serve como uma plataforma de avisos para os secundaristas, além de ser mais uma forma de interagir e divulgar as ações dos gremistas. Felipe conta que além de postarem os conteúdos nas redes, eles continuam passando em sala de aula. “Tentamos sempre garantir que a informação seja passada de forma clara e que tenha um alcance significativo”, completa o estudante.
Os gremistas acreditam que é importante essa presença em todos os espaços possíveis afinal, o Instituto Federal é um ambiente de evolução e o grêmio tem como dever promover ao estudante parte dessa transformação. Quanto mais a mensagem deles for longe, melhor. Felipe garante que a luta pela educação pública, gratuita e de qualidade não para e conclui: “Seguiremos fazendo resistência sempre”.