Por Pedro Negromonte, diretor de Pré-Vestibulares da UBES*
Enquanto passamos por momentos de incerteza sobre nosso futuro, os estudantes do Brasil enfrentam as dificuldades de aprendizagem nesse momento de pandemia. O Governo Bolsonaro, em meio ao pico de contágio do COVID-19, continua em curso com os ataques a educação. E de troca em troca do Ministério da Educação, fortalece cada vez mais o projeto do Governo Bolsonaro de elitizar o Ensino Superior e sucateamento da Educação Básica. A resistência dos cursinhos populares pelo Brasil mostra que não vamos aceitar perder o nosso espaço conquistado.
Está em curso duas lutas muito importantes para a Educação Brasileira que são a criação do novo FUNDEB e o adiamento do ENEM, esse último conquistado, porém o MEC desrespeita a decisão dos estudantes em relação a data da sua realização. Os Governos Lula e Dilma tornaram realidade o sonho de muitos brasileiros ingressarem na Universidade através da expansão das universidades e institutos federais. Mas a elite se coloca contra o ascenso da classe trabalhadora e nos últimos anos começamos a ver a precarização da nossa juventude como os processos de trabalho sem vínculo empregatício, cortes de verbas da educação e tentativa de fechamento de instituições como o exemplo mais recente do IFRJ – Campus Belford Roxo, que com muita resistência não conseguiram fechar.
Em meio a esse momento difícil que vivemos, os Cursinhos Populares dão aula de resistência atendendo essa mesma juventude que está sofrendo um processo de precarização e garantindo que jovens negros, pobres e favelados continuem com o sonho de ingressar no Ensino Superior.
Mesmo com todas as dificuldades, seja estrutural e/ou financeira, os Cursinhos possuem um papel importante de trazer a cidadania para uma juventude que volta a ver a Universidade como um sonho distante. E essas iniciativas são fundamentais nesse novo período para uma disputa real do espaço acadêmico.
Os Cursinhos Populares constroem uma ponte sobre o muro que o Governo Bolsonaro tenta reconstruir entre a Universidade e a Periferia. Enquanto existe uma crescente violência contra a juventude negra em que os governos tentam colocar apenas a morte ou os presídios como opções de futuro, essas iniciativas populares se tornam extremamente importante no debate de Acesso a Universidade e inclusão social dessa juventude que está na mira do fuzil. E são esses estudantes que hoje tem as maiores dificuldades de acesso a internet ou a eletrônicos de qualidade para continuar os estudos durante a pandemia.
Por isso a importância do engajamento de todas e todos na campanha Estudo Para Geral que está sendo impulsionada por nós da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e pela União Nacional dos Estudantes. Muitos estudantes desses Cursinhos Populares não possuem as condições necessárias para continuidade de estudos de forma remota durante a pandemia que vivemos. É nossa responsabilidade lutar junto a esses estudantes, pois ninguém deve ficar para trás. Vamos continuar pintando a universidade de povo.