*Por Pâmela Layla, diretora de Mulheres da UBES
“Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda”
Esses dados foram divulgados pelo Datafolha e encomendados pela a ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) para avaliar o impacto da violência contra as mulheres no Brasil.
Neste Dia de Combate à Violência Contra a Mulher, é importante saber que a cada 9 horas uma mulher foi morta pelo feminicídio no Brasil, entre março e agosto. Dados apontam que 497 mulheres foram assassinadas durante a pandemia. Não estamos livres nem do vírus nem do feminicídio.
Com o isolamento social causado pela a pandemia mundial que nos assola até os dias de hoje, muitas mulheres passaram a viver de forma mais intensa a violência, passaram a conviver com os maltratos, tormentos físicos e psicológicos, podendo chegar até a morte. Os dados nos mostram que 42% dessas mulheres sofreram agressões DENTRO DE CASA por seus companheiros, mesmo assim 52% dessas mesma mulheres não levaram o caso a frente, ou seja, não houve denúncia.
A violência contra a mulher é um problema estrutural que muitas vezes é minimizado, são casos tratados como “briga de casal” onde escutamos muito aquela frase, “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.
Viver em um mundo sem violência é um direito de todos, inclusive das mulheres. Queremos ter controle da nossa própria vida desde o nosso corpo ao nosso trabalho, queremos ser respeitadas por nossos maridos, pais, irmãos, amigos, vizinhos, tios e padrinhos. Queremos viver sem culpa, sem desculpas, queremos ser livres da violência.
Em briga de marido e mulher a gente mete a colher e disca 180!