Exatamente um ano após os enormes atos pela Educação de 2019, estudantes puxaram a resistência contra o governo Bolsonaro mais uma vez neste 15 de maio. Desta vez, em um ato online pelo adiamento do Enem, diante de uma crise na saúde e na educação.
Artistas, políticos e entidades da educação participaram do ato virtual, que aconteceu em formato de live no canal da UBES no YouTube durante toda a tarde. Outras ações online também fizeram parte da programação do Dia Nacional Pelo Adiamento do Enem, como tuitaço e um tsunami nas redes do MEC.
O #AdiaEnem chegou aos principais assuntos do dia nas redes sociais e noticiários. Envolveu estudantes, entidades, especialistas e diversos tipos de pessoas do país todo, como os influenciadores Debora Baldin e Lucas Felpi, o governador do Maranhão Flavio Dino, a atriz Maisa Silva, as deputadas Tabata Amaral (PDT), Professora Rosinha (DEM), Alice Portugal (PCdoB), o especialista Daniel Cara, além dos políticos Ciro Gomes (PDT) e Manuela D’Ávila (PCdoB).
A grande revolta é com a manutenção do cronograma do Enem planejado antes da pandemia, diferente do que se faz no mundo todo diante da situação que deixa 80% dos estudantes do planeta em casa.
O Ministério da Educação faz questão de insistir que estudantes têm as mesmas dificuldades neste período, sem considerar as diferenças de acesso à internet, livros e até saneamento e alimentação.
“Manter a data do Enem é o mesmo que dar um atestado de que só a parte mais rica da população pode acessar a universidade”, disse a influenciadora Débora Baldin.
Foi muito lembrada a propaganda divulgada pelo MEC sobre a data do Enem, com estudantes em quartos organizados e iPhones. “O vídeo do governo sobre o Enem mostra que o governo fala de uma elite para uma elite. É uma falácia a igualdade de condições”, afirmou Nilton Santos, representante de reitores da Andifes – Federação.
Uma conversa com entidades educacionais fez parte do ato virtual. Todas defenderam um diálogo com professores, dirigentes e sistemas de ensino para entender as possibilidades para o ano letivo e o calendário.
Representando o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), Felipe Camarão demonstrou indignação com a falta de comunicação entre o MEC e os secretários. “Eles preferem falar mal de Paulo Freire do que pensar em Fundeb, em pensar coletivamente no adiamento do Enem”, afirmou.
Segundo a deputada Alice Portugal, há iniciativas tanto no poder Judiciário quanto no Congresso para a mudança avançar. Ela também destacou que poderia haver um esforço no Congresso pelos projetos do #AdiaEnem e também pelo Fundeb.
>>Assista o ato virtual do Dia Nacional Pelo Adiamento do Enem: