Envolvido em uma crise com o Supremo Tribunal Federal, em episódios de desrespeito à democracia e à pluralidade, o ex-ministro Abraham Weintraub deixa nesta quinta (18/6) o governo Bolsonaro e uma lista de desafios enormes para o próximo ministro, em plena pandemia.
Desde a chegada do novo coronavírus no Brasil, estudantes têm feito mais pela saúde e educação do que o próprio MEC. Mesmo antes do vírus, o segundo ministro da Educação do governo Bolsonaro se mostrou mais preocupado com polêmicas e ideologias do que com as políticas públicas, projetos e planos para escolas e universidades.
Desde a resistência pelo adiamento do Enem, uma questão elementar, o #ForaWeintraub é uma unanimidade entre estudantes e pessoas preocupadas com a Educação no Brasil, além de uma bandeira de luta dos secundas no último mês.
Rozana Barroso, presidenta da UBES, comemora a saída de um dos piores ministros da Educação no Brasil: “Nós já enfrentamos muitos ataques do Weintraub. Barramos a tentativa de cortar recursos dos Institutos Federais, sempre defendemos a democracia interna dos institutos e universidades, sempre fomos enfaticamente contra mudança em livros didáticos para apagar nossa história, lutamos para adiar o Enem”. No entanto, ela alerta que a UBES ainda defende o #ForaBolsonaro e que estará alerta sobre os próximos passos no Ministério da Educação.
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Preparamos uma lista dos principais assuntos urgentes e abandonados até aqui:
O principal fundo da educação básica acaba este ano! Mas até agora o MEC não se preocupou com o assunto importantíssimo. Lembrando que, sem este fundo, a escola pública entra em colapso. Leia mais sobre o Fundeb.
Muitos estados e municípios criaram soluções para garantir a merenda durante a pandemia, mas 7 milhões de estudantes ainda estão sem receber à alimentação escolar a que têm direito, e muitos outros com vales ou merendas insuficientes.
Só dialogando com as redes de ensino e comunidades escolares o MEC pode auxiliar em soluções para o ano letivo e compreender a melhor data para a prova, que é a principal porta de entrada à universidade.
Como fazer aulas online ou até mesmo a inscrição no Enem sem internet? São 70 milhões de pessoas nesta situação no Brasil, com nenhum ou pouco acesso à internet. Isso agora é um problema do MEC. Sem falar que já passou da hora da escola pública brasileira sair apenas da lousa e chegar ao século 21.
Todas as opções anteriores seriam resolvidas se o MEC se reunisse com secretarias estaduais de Educação para encontrar soluções em conjunto. Cada estado vive essa crise como pode, sem uma orientação nacional. “A gente nunca se reuniu com o MEC, numa crise como essa”, disse o representante do Consed Felipe Camarão, no ato virtual da UBES no dia 15 de maio.