A capital mineira amanheceu em clima de luta e esperança nesta sexta-feira (14), com a abertura do 45º Congresso Nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES). Estudantes de todo o país se reuniram em Belo Horizonte para debater os principais desafios da educação brasileira e traçar estratégias de luta por um futuro melhor.
A abertura do evento contou com uma iniciativa da Caixa Econômica Federal em palestra sobre educação financeira aos estudantes.
Como mediadora da mesa de abertura, a presidenta da UBES, Jade Beatriz, convocou os estudantes à mobilização permanente contra os ataques à educação pública. A luta contra a militarização das escolas e a privatização da educação também foi um dos principais temas abordados no primeiro dia do congresso.
Os institutos federais, outra conquista dos estudantes, também foram citados. Isso porque Rafael Bastos, Reitor do Instituto Federal de Minas Gerais, relembrou a importância da luta estudantil na construção de uma educação pública de qualidade: “Os institutos são a cara do Brasil e vocês são a cara do Brasil. E vocês são o presente e o futuro do país. Os intuitos federais são os locais de desenvolvimento do Brasil e só tem a razão de existir por causa de vocês.”
Yann Evanovich, um dos convidados da mesa, abordou os avanços dessa geração da UBES, lembrando a conquista do programa de assistência estudantil “Pé de Meia”, os avanços nas reivindicações novos horizontes da educação: A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas é a grande responsável pela conquista do programa “Pé de Meia” e nos avanços das reivindicações da educação. Essas políticas de acesso só são possíveis graças a vocês, que insistem em lutar”, concluiu.
Nesse dia histórico para o movimento estudantil brasileiro, a UBES também concedeu o título de Patrono dos Estudantes Secundaristas a Edson Luís de Lima Souto, jovem assassinado durante a ditadura militar. A decisão reconhece a bravura e o legado de Edson Luís, e de todos os estudantes, na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Sua memória servirá como inspiração para as novas gerações de estudantes na luta por seus direitos e por um futuro mais justo e democrático.
Ao longo do dia, os estudantes também participaram de diversas oficinas, debates e cultura. As oficinas abordaram temas como saúde, vacinação, sexualidade e diversidade. Já os debates giraram em torno de temas como a conjuntura nacional, a juventude negra, o direito à cidade, o internacionalismo e o futuro da educação.
Orlando Silva, ex-presidente da UNE e Deputado Federal PCdoB-SP, que participou do debate “Juventude negra viva! Justiça por Marielle!”, comentou sobre a importância da UBES para a formação da juventude e de uma geração que defenda o Brasil: “Eu comecei na política com o grêmio da minha escola, inspirado no “Manual de Grêmios”, feito pela UBES nos anos 80, então eu sei como é importante para a organização pública da juventude um congresso com esse. É um congresso massivo com pluralismo, diversidade e estudantes independentes”, finalizou.
Veja a Lista de debates que aconteceram aqui.
Em sua fala, Montalvão criticou o caráter neoliberal do NEM, que, segundo ele, visa formar jovens não para a emancipação, mas sim para uma perspectiva tecnicista e mecânica do mercado de trabalho. “Recusamos a proposta desse novo ensino médio porque ele busca preservar uma ideia de formação tecnicista que limita o potencial dos estudantes”, afirmou.
O ex-presidente da UNE defendeu a necessidade de uma educação que forme cidadãos críticos e reflexivos, capazes de intervir na sociedade e construir um futuro melhor para o país. O debate sobre o futuro da educação no Brasil está apenas começando, e a voz dos estudantes será fundamental para construir um modelo educacional que seja realmente emancipador e transformador.
As mesas de debate reuniram especialistas e representantes de movimentos sociais para discutir temas como a conjuntura nacional, a juventude negra, o direito à cidade, o internacionalismo e o futuro da educação.
Os estudantes também entregaram a carta de reivindicações da entidade ao Márcio Macêdo, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, e demais autoridades presentes. Mais do que um simples ato formal, este evento serviu como uma plataforma para os estudantes secundaristas apresentarem suas demandas por um futuro com educação pública de qualidade para todos.
Na carta entregue, a UBES ecoa a voz de milhares de estudantes brasileiros ao cobrar medidas urgentes para a transformação do cenário educacional do país. Entre as principais reivindicações estão a revogação do Novo Ensino Médio (NEM), considerado prejudicial ao desenvolvimento integral dos alunos; a implementação de um novo Plano Nacional de Educação (PNE) que atenda às reais necessidades dos estudantes; o fim da militarização das escolas, que fere a autonomia educacional e os direitos humanos; a garantia de merenda escolar de qualidade, essencial para a saúde e o bem-estar dos alunos; e o investimento na formação docente, pilar fundamental para uma educação de excelência.
O momento que acompanhou a entrega da carta foi mais do que uma mera celebração. Foi um momento de união, força e reafirmação do compromisso da UBES com a construção de um futuro mais justo e igualitário para o Brasil.
As oficinas, realizadas ao longo dos três dias do congresso, abordaram diversos temas relevantes para o movimento estudantil. Os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre esses temas e trocar experiências com outros estudantes de todo o país.
Já os blocos de carnaval, que aconteceram na noite de sexta-feira, dia 14 de junho, transformaram o Mineirinho em um verdadeiro baile. Os estudantes celebraram a cultura brasileira e a luta por um futuro mais justo e igualitário ao som dos blocos “Bloco Volta Belchior”, “Swing Safado” e “Abaloucaxi”.
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