A privatização das escolas públicas é um fenômeno crescente no Brasil, mascarado muitas vezes como uma solução para os problemas estruturais da educação. Modelos como as parcerias público-privadas (PPPs), terceirização de serviços e até mesmo concessões totais de escolas para empresas privadas têm se tornado práticas comuns em diversas regiões do país. Mas o que está em jogo com essa tendência?
Primeiramente, é importante entender que a privatização não resolve os problemas centrais da educação, como a falta de investimentos e infraestrutura adequada. Pelo contrário, ela transfere a responsabilidade do Estado para entidades privadas, cujo objetivo principal é o lucro. Isso compromete a qualidade do ensino, ao priorizar resultados financeiros em detrimento do desenvolvimento pedagógico.
Além disso, a privatização agrava a desigualdade educacional. A educação pública sempre foi um espaço de inclusão para as populações mais vulneráveis. Ao introduzir critérios privados, como taxas e cobranças indiretas, milhares de estudantes podem ser excluídos do sistema escolar, criando um ciclo de elitização e segregação.
Outro ponto crítico é a perda da autonomia pedagógica. Escolas públicas, historicamente, têm um papel central na formação crítica dos estudantes, preparando-os para serem cidadãos ativos. A privatização, no entanto, muitas vezes impõe currículos voltados para demandas mercadológicas, esvaziando o papel transformador da educação.
A luta contra a privatização é, portanto, uma luta pelo direito à educação como um bem público. A UBES reafirma seu compromisso com a defesa da escola pública, gratuita e de qualidade, convocando estudantes de todo o Brasil a se informarem, denunciarem abusos e se mobilizarem contra iniciativas que colocam em risco o futuro da educação pública.