O debate acerca de meio ambiente sob a perspectiva dos estudantes brasileiros não podemais nortear-se sob o romantismo de uma preservação dissociada da realidade social em quevivemos devemos elucidá-lo tendo como norte a interligação que o tema tem com a luta de classee com o projeto de desenvolvimento da nação, temas como o pré-sal a soberania amazônica asmudanças do código florestal e as implicações que as conferencias internacionais tem sob a vidada população, devem estar no centro dos debates do movimento estudantil. O pré-sal não pode ser tratado pelo movimento estudantil somente sob a perspectivaeconômica e os dividendos que podem ser gerados e que devem ter parte direcionado paraeducação, mas deve ser debatido sob o prisma de um olhar socioambiental pontuando-se aimportância de se buscar novas fontes de energia alternativa, a ampliação dos investimentos emtecnologias limpas e o jogo de interesse vigente na manutenção de combustíveis fosseis comoprincipal energia motora da sociedade. A Amazônia maior reduto de florestas do globo deve receber uma atenção especial nosdebates; a educação deve ser uma ferramenta para que a preservação dessa floresta valorize nãosomente os recursos dos quais ela dispõem, mas também a diversidade de culturas e saberes quedas populações que a habitam. A luta pela soberania brasileira e da America do Sul sobre essafloresta deve ser encampada por cada estudante em um movimento de afirmação da importânciaestratégica dessa floresta para a manutenção de um ambiente socialmente justo. Ações como a mudança do código florestal, sem o amplo debate com a sociedade devemser tomadas como arbitrariedades, assuntos que colocam em jogo todo o eco-sistema brasileirodevem ser tratados não somente no âmbito do Estado, mas devem ser colocados a prova emdebates com a sociedade em amplos processos de consulta. Conferencias como a ECO-92 que colocou em pauta a sustentabilidade como alternativapara o desenvolvimento do planeta, e que trouxe a tona questões como as mudanças climáticase a necessidade de adoção de medidas de contenção na emissão de carbono, tiveram pouco onenhum efeito efetivo, fato observado através de resultados dessas conferencia como o tratadode Kioto que tinha como foco inicial as emissões oriundas de fabricas e da queima de combustíveisfosseis não assinado pelos maiores poluidores e o de Copenhague que tentou transferir aresponsabilidade de manutenção de um planeta sustentável para as florestas tropicais, mostrandoo claro falseamento da realidade na busca de responsabiliza os países ditos “subdesenvolvidos”pela conta dos ditos “desenvolvidos”. Perspectivas como essa devem ser apresentadas de formaclara para os estudantes que devem compreender que a defesa das florestas deve ser feitainterligada com a luta dos trabalhadores. Para as organizações e estudantes que discutem a causa ambiental uma das maioresconquistas do ENCONTR NACIONAL DE GRÊMIOS, foi os encaminhamentos dado pelo grupode trabalho (GT) de meio-ambiente, que propôs a realização do I Encontro nacional de Meio-ambiente da UBES, acreditando que o mesmo deve deliberar diretamente na política da entidadecolocando assim a UBES no papel de protagonista na luta por uma educação ambiental transversale sólida que forme pessoas e um mundo mais limpo e sustentável, o grupo também citou a importância da retomada das discussões sobre a luta contra a internacionalização da Amazôniacom a campanha AMAZÔNIA É NOSSA, entendemos que a luta pelo meio-ambiente vai alémdas salas de aulas,invade as ruas das grandes metrópoles e chega até as aldeias indígenas maislongínquas do país! Acreditando em uma construção de uma plataforma de discussão políticaconsolidada no movimento estudantil no que tange ao meio-ambiente, estudantes de todo o Brasildepositam as suas idéias e confiança na união brasileira dos estudantes secundaristas (UBES) paraque possamos fazer do movimento estudantil um movimento que tenha em sua essência umavisão especial e responsável no que tange a causa ambiental. Hoje estudantes de todo o Brasilaguardam ansiosamente pelo 1 encontro nacional de meio-ambiente da UBES, que será realizadoentres os dias 17 e 19 de junho na cidade de Manaus-AM, um momento histórico para UBES econtamos com a mobilização dos estudantes de todo o Brasil.
Viva a UBES, Viva a Amazônia!
Lara de Oliveira Cúrcio
Diretora de Meio Ambiente da UBES
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