Na manhã de ontem (9), o hall que liga o plenário às comissões na Câmara dos Deputados em Brasília foi ocupado por cerca de 300 estudantes, em ato público que compõe a campanha “PNE Já! 10% do PIB em Educação e 50% dos Royalties e do Fundo Social do Pré-Sal para Educação, Ciência e Tecnologia”. Com a grande presença da juventude, o ato marca a pressão da UBES e todo movimento educacional pela aprovação imediata do Plano Nacional de Educação.
Aplaudida pelos presentes, a presidente da UBES, Manuela Braga, disse: “Nada acontece de graça. Tudo precisa de investimento. É preciso que haja investimento para que as escolas acolham os estudantes de 2012 não como escolas de 1930”. Os secundaristas, ao lado da UNE e ANPG receberam apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Física, entre outras entidades e representantes de movimentos sindicais.
NA UNIDADE, MOVIMENTO GANHA FORÇA
A reivindicação já é uma das históricas bandeiras de luta da UBES, que durante o ato recebeu forte apoio dos parlamentares, entre eles os deputados Chico Lopes (PCdoB), Ivan Valente (PSOL), Fátima Bezerra (PT), Luciana Santos (PCdoB), Alice Portugal (PCdoB), Daniel Almeida (PCdoB), Assis Melo (PCdoB), que entendendo a luta dos estudantes, enfatizaram a necessidade de ampliar substancialmente os investimentos no setor educacional para que o mesmo acompanhe o desenvolvimento do país.
“O ato foi importante para acumular força numa opinião que une o movimento educacional e a sociedade civil para que a aprovação se dê brevemente. Temos que garantir a educação de qualidade, para isso precisamos manter no projeto o financiamento de 10% do PIB e, impreterivelmente, os 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação”, diz o representante do Fórum Nacional de Educação e também diretor de Políticas Educacionais da UNE, Estevão Cruz.
POR QUE #PNEJÁ?
O PNE, que tramita no Congresso Nacional desde dezembro de 2010, estabelece 20 metas educacionais que o país deverá alcançar no prazo de dez anos. O ponto mais polêmico continua sendo a meta de investimento na área. O relatório de Vanhoni propõe que o país amplie o gasto público em educação dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7,5%.
Ontem, durante reunião que discutiu e votou o parecer dos deputados da Comissão de Educação e da Comissão Especial do PNE, os estudantes permaneceram com cartazes e palavras de ordem, reforçando o posicionamento do movimento estudantil para que o prazo de aprovação não se estenda. O relatório, que já tramita de forma conclusiva, depois de aprovado pela comissão especial poderá seguir diretamente ao Senado, a expectativa é que a votação seja concluída até 23 de junho.