Um dos maiores atos já organizados na cidade de Chapecó nessa quarta-feira (11), inseriu a juventude da região oeste de Santa Catarina no mapa da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira. Em ato pacífico e com uma vasta pauta elaborada pelos jovens, o investimento de 10% do PIB para educação e eleições diretas para gestores de escolas esteve entre as bandeiras.
Estudantes de diversas escolas saíram às ruas para reivindicar mudanças no cenário educacional. O bloqueio do cartão de estudante pela empresa Auto-viação foi motivo de vaia realizada coletivamente pelo mais de 3 mil participantes que construíram a jornada. Com lideranças da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), da União Florianopolitana dos Estudantes Secundaristas (Ufes), União Catarinense dos Estudantes (UCE), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e diversas entidades representativas, a marcha se concentrou em frente a Igreja Matriz, na Praça Municipal Coronel Ernesto Bertaso, no centro da cidade.
Com apoio do Instituto Federal de Santa Catarina – Chapecó, estudantes da Universidade da Fronteira Sul (UFFS), UNOESC, UDESC, a passeata passou pelo Terminal de Transporte Coletivo Urbano, onde houve muita manifestação contra bloqueio do vale transporte fora do horário de aula. “Os estudantes não estudam apenas dentro das escolas, eles são estudantes todos os dias, para fazer pesquisas, extensão, ir à biblioteca. Somos estudantes em todos os horários e precisamos do acesso livre ao transporte coletivo, além da gratuidade deste para os estudantes”, comenta a diretora da UBES no estado, Vitória Davi.
EM CHAPECÓ, JORNADA PEDE MAIS DIÁLOGO
Em frente a Gerência Regional de Educação (GERED), os estudantes reivindicaram a falta de diálogo e de liberdade para poder montar seus grêmios estudantis, passar em salas para falar com os alunos e conversar com seus diretores. Sem respostas da GERED e sem que ninguém fosse falar com os estudantes, a passeata seguiu para a Secretaria de Educação do Município, onde os estudantes também não foram atendidos pela Secretária de Educação em exercício.
“Os estudantes de Chapecó vivem um pouco de ditadura nas escolas, sendo impedidos de várias coisas, como por exemplo, de se organizarem em grêmios estudantes”, opinou o presidente da UFES, Anderson Patryck. Os estudantes deixaram por baixo da porta uma carta à Secretaria, na qual os pontos pediam
– O fim do bloqueio do cartão de estudantes fornecido pela empresa Auto viação Chapecó;
– A mudança de 53 para 85 o número de passes disponíveis no cartão;
– O acesso imediato a Universidade Federal da Fronteira Sul;
Os estudantes solicitaram ainda um prazo de até uma semana para aguardar respostas, mesmo assim, para Vitória, o ato foi positivo. “A Jornada de Chapecó foi um dos maiores movimentos que a cidade já teve em todos os tempos, seguimos pelas ruas da cidade fazendo ecoar e valer a voz dos estudantes, mostrando o quanto o movimento está vivo em Santa Catarina e que ele precisa de respostas concretas e não que escolas sejam fechadas”, reafirmou.
Entre as demais reivindicações esteve investimento em educação, gestão democrática nas escolas, passe-livre estudantil, melhora na infraestrutura das escolas, reforma agrária, praças e quadras para juventude, mais acesso à cultura, lazer e esportes, acesso definitivo à UFS e o cumprimento do piso salarial dos professores.
Vitória Davi com Redação