A cidade de Belo Horizonte, na última quinta-feira (4), foi palco de mais uma etapa da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira, atividade esta que reúne estudantes, jovens da cidade e do campo, trabalhadores, feministas, juventudes partidárias, ecumênicas, coletivos LGBT, ativistas culturais, de meio ambiente e jovens das periferias com o tema “A minas que queremos”. A passeata percorreu as ruas do centro da capital mineira.
O ato foi um importante momento para juventude apresentar a necessidade uma ampla articulação por um novo modelo de desenvolvimento para o estado de Minas Gerais. Desenvolvimento este que passa por atender as demandas do povo mineiro e que possa derrotar os 10 anos de conservadorismo imposto pelos governos tucanos.
As principais bandeiras apresentadas foram mais investimento na Educação Pública, com a destinação de 10% do PIB para a Educação, através de 50% do fundo social do Pré-sal e 100% dos royalties do petróleo exclusivamente para o setor. Para Minas a juventude defende a aprovação do projeto de emenda à Constituição Mineira que cria a Fundo Social do Minério para investir em Educação, com recursos dos royalties do setor de mineração. O trabalho decente para a juventude, a reforma política, a redução da jornada de trabalho, a denúncia contra o extermínio da juventude negra e democratização dos meios de comunicação também estavam entre as bandeiras defendidas pelos jovens.
Kenedy Alessandro, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Betim, afirma que os estudantes da sua cidade realizaram uma grande mobilização no dia 21 de março, cobrando a implementação do passe-livre e o investimento em bolsas para cursos técnicos e para o ensino superior. “Protocolamos também a lei dos 100% dos royalties do petróleo para a educação. No ano passado a cidade recebeu R$ 1 milhão e nesse ano deve receber R$ 4 milhões, e a gente quer que esse dinheiro seja destinado para a educação, como a campanha nacional”, completa.
Para ele, o ato de quinta-feira simboliza a articulação de “várias juventudes”, tanto do movimento estudantil como popular, das comunidades, LGBT, negra. “O mais importante é isso, a luta se amplia”, diz. A unidade também foi defendida por Henrique Leite Souza, do Levante Popular da Juventude, que destaca a importância de tantas organizações terem se reunido para pensarem pautas comuns e ações. “Precisamos pensar formas de interagir, juntar a juventude para conversar e tocar mais lutas, que é só agindo em conjunto que a gente vai trazer as modificações. Tinha alguns coletivos que nunca tinham sentado juntos, e agora a gente já se conhece e dá pra continuar pensando”, avalia.
“Essa grande articulação da juventude precisa apresentar um projeto de desenvolvimento alternativo ao modelo que está posto para o estado de Minas Gerais. É necessário ter um novo marco regulatório para o Minério com a criação do Fundo Social do Minério para ser investido em educação” afirma Rafael Leal, Presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG). Segundo Renan, membro do Levante Popular da Juventude, “esta jornada de lutas representa um pontapé inicial de um amplo processo de unidade que queremos construir”. Ele afirma ainda que a juventude precisa estar unida e ir às ruas para alcançar as mudanças que queremos para Minas e o Brasil.
Para Antônio Netto da Casa de Cultura Fora do Eixo “é importante a juventude fazer estes atos para que cada vez mais eles possam sentir a importância de lutar por meios de comunicação descentralizados, informação de qualidade e de forma livre (mídia livre)”.