UBES, MST, CUT, CTB, Contag e entidades unidas na Jornada de Lutas estiveram reunidas em Brasília nesta quinta-feira (04/04) com a presidenta Dilma Rousseff e entregaram uma carta com as reivindicações do movimento. “O encontro com a autoridade máxima do país foi o reconhecimento da força e do protagonismo da juventude do Brasil”, destacou o presidente da UNE, Daniel Iliescu. De acordo com ele, a presidenta disse que olhando para trás nunca viu um momento de tanta unidade em defesa de avanços para os jovens.
Para o secretário de juventude da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Paulo Vinicius, “os temas da juventude são estratégicos para o desenvolvimento do país, dentro de um contexto em que há 60 milhões de jovens que enfrentam variadas dificuldades”.
Sobre as pautas de financiamento público da educação, Dilma se comprometeu a aprovar os 10% do PIB para a Educação no Plano Nacional de Educação (PNE), mas pediu ajuda dos estudantes. De acordo com Manuela Braga, da UBES, a presidenta declarou apoio às demandas do investimento do dinheiro do petróleo na educação, mas ponderou a necessidade de aprovação no Congresso Nacional da Medida Provisória 592/12, que destina a receita dos royalties do petróleo e recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.“Para que o país tenha soberania e independência, é preciso uma reformulação da educação. Essa é uma luta do trabalhador e do estudante do campo e da cidade. Isso possibilitará mudar em profundidade o Brasil”, ressaltou Raul Amorim, da Coordenação Nacional do Coletivo de Juventude do MST.
Nas reivindicações entregues a Dilma está também a cobrança por mais investimentos em educação, reformas agrária e política, a democratização dos meios de comunicação, trabalho decente e o combate à violência da população jovem e negra. Além disso, os estudantes intercederam pela aprovação do Estatuto da Juventude, pela prorrogação do tempo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela divulgação de relatórios parciais da CNV. “Isso para que as outras comissões da verdade, como a nossa, e a comunidade possam ter tempo de dialogar e contribuir nos trabalhos”, explicou Iliescu. No plano atual, a CNV tem um prazo de trabalho de dois anos.
A presidenta disse também que entregaria a carta de reivindicações da Jornada de Lutas para um grupo de trabalho interministerial, presidido pelo ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, para as pautas avançarem concretamente. “Vamos pedir ao ministro a nossa participação – de representantes da Jornada – nesse grupo de trabalho”, afirmou Daniel.
A Jornada tem a participação quase 40 entidades e movimentos sociais atuantes em todo o país que tem organizado manifestações em todo o Brasil. Desde 25 de março, já foram realizadas manifestações em São Paulo, Brasília, Minas Gerais, Paraná, Porto Alegre, Sergipe, Ceará, Manaus, Piauí e Goiás. Ainda acontecerão manifestações no Rio de Janeiro Rio (09/04), Recife, Maceió e Salvador (11/04).
No último dia 02/04 a manifestação de Brasília – uma das maiores até agora- reuniu cerca de 4 mil jovens que marcharam pelas ruas da Esplanada dos Ministérios. Mais de 50 escolas e universidades da região, 40 entidades, organizações, grupos e coletivos de Brasília e de todo o país marcharam sob o sol forte até o Congresso Nacional. Exibiam cartazes, grafites, rostos pintados, intervenções artísticas e muita disposição em chamar a atenção para a mudança que querem ver no país.
Da UNE com informações do MST