Secundaristas da cidade gaúcha organizam atividades propondo mudança e debate por uma nova escola que dialogue com a realidade do estudante
A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, integrou a Paralisação Nacional nesta terça-feira (17/10). Na escola estadual Alberto Torres, os estudantes usaram o espaço para realizar um mural de idéias durante a manhã e iniciar uma passeata à tarde, exigindo mudanças na educação atual que hoje não corresponde à realidade do secundarista.
Participativo, o mural trabalhou o tema “O que o estudante quer” e reuniu pautas de melhora na gestão escolar, no currículo de ensino e na falta de diálogo com o estudante, junto a outros problemas apresentados do ponto de vista coletivo dos participantes.
Fabíola Loguércio, integrante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e também da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (UMSEPA) esteve presente e fala sobre a interação dos estudantes com a Paralisação Nacional: “Eles participaram bastante com várias ideias e porque os estudantes estão indignados com a escola do jeito que ela é hoje. Os atos são pra mostrar isso”.
No período da tarde, os pontos levantados no mural e nas lutas nacionais ganharam as ruas na voz dos estudantes porto-alegrense, que a partir das 18h marcham nas principais avenidas, para que as pautas cheguem às autoridades locais.
Uma bandeira recente na região é a não representatividade estudantil da Nova Reforma Politécnica, uma discussão dos estudantes que recebe apoio dos professores. Fabíola comenta: “A escola hoje não representa o estudante, lutamos por aulas que se baseiem na nossa realidade, mas o modelo forçado agora, feito sem participação dos professores e estudantes não tem essa base no que vivemos para nos apresentar ao mercado de trabalho”.
Votado em agosto, na sede da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), o novo modelo de ensino politécnico foi apresentado com o objetivo de aproximar os estudantes do mundo do trabalho, mas no debate é aberto ao público (21/08), os cerca de 60 manifestantes foram impedidos de entrar para acompanhar a audiência.