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17º CLAE termina mostrando a unidade e força da América Latina

 Programação do último dia do evento trouxe um Encontro Latino Americano de Mulheres Estudantes

A agenda foi cheia no último dia do 17º Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes, que terminou na última quinta-feira (21/08) em Manágua, na Nicarágua. A delegação brasileira participou do Encontro Latino Americano de Mulheres Estudantes e durante as discussões pode trocar informações e perceber que os desafios das mulheres latinas para conquistar direitos e reconhecimento tem muito em comum.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, integrou a mesa sobre participação política das mulheres. Ela apresentou um panorama de como as mulheres estão representadas no Brasil e sobre medidas de políticas públicas como o Bolsa Família, que tem empoderado as mulheres no país. “A cultura machista não muda apenas com políticas públicas, mas sim com educação. Por isso a universidade tem um papel fundamental”, ressaltou.

Para Vic apenas um sistema político que mexa na composição do parlamento pode dar condições iguais para homens e mulheres disputarem cargos de poder. “Não nos falta competência, mas sim oportunidades”, afirmou.

A presidenta da UBES, Bárbara Melo, falou sobre a participação das mulheres no movimento estudantil. Ela afirmou que no Brasil o movimento estudantil tem avançado com três mulheres liderando as entidades estudantis, ANPG, UBES e UNE, mas que ainda existe machismo. Bárbara defendeu espaços mistos e auto-organizados para discussão do tema e comparou o feminismo ao socialismo no modo de enxergar as pessoas não como objetos.

A diretora de Cultura da UNE, Patrícia Matos, falou sobre as mulheres e a cultura dos meios de comunicação. “O machismo vai encontrar legitimação na cultura. E por isso temos que evitar comportamentos, gestos e falas muitas vezes reproduzidos nos meios de comunicação que materializam o machismo”, destacou. Ela defendeu também redes colaborativas e alternativas de comunicação que consideram a luta do feminismo como uma luta de emancipação da humanidade.

Já a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz, falou sobre o histórico da mulher no processo de transformação social na América Latina.

Encerramento

Na parte da tarde uma Tribuna Imperialista reafirmou a preocupação das nações latino americanas com algumas questões como a palestina livre, paz na Colômbia, luta contra a criminalização dos movimentos sociais, independência de Porto Rico, contra uma educação colonizadora na Costa Rica, entre outras.

O presidente da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE), Ricardo Guardia Lugo, lembrou do homenageado do Congresso, Hugo Chaves, como amigo dos estudantes e dos movimentos sociais, além de um dos principais impulsionadores da união da América Latina.

Logo depois os participantes do 17º Clae foram recebidos pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em um grande ato na Praça da Revolução, no centro histórico de Manágua. O presidente saudou todos os estudantes e seu compromisso com uma América Latina solidária e próspera.

Para o representante da UNE na Oclae, Mateus Fiorentini, que encerrou seu mandado neste congresso o 17º Clae foi a conclusão de um processo vitorioso. Ele destacou os avanços do ultimo período na luta por uma educação a serviço da integração com a criação do ELACES (Espaço Latino americano e Caribenho de Estudantes).

“Travamos a luta contra a mercantilização da educação inspirados nas mobilizações dos estudantes chilenos de 2011. Travamos a luta por uma América Latina em paz e com justiça social, contra a presença militar dos EUA no continente em especial das lutas na Colômbia. Enfrentamos as tentativas de desestabilização política e econômica promovida pelo imperialismo em especial na Venezuela. Tivemos conquistas importantes como o investimento de 10% do PIB em educação no Brasil. Fazer o CLAE na Nicarágua é um sinal que o movimento estudantil de todo o continente está comprometido com transformações mais profundas nas nossas sociedades”, destacou.

 Cristiane Tada, da UNE