Dos 30 mil jovens vítimas de homicídios por ano, 77% são negros
A cada nova divulgação dos dados sobre homicídios no Brasil a mesma informação é dada: morrem por homicídio, proporcionalmente, mais jovens negros do que jovens brancos no país.
Em 2012, 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30mil eram jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticada por armas de fogo e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
Apesar dos altos índices de homicídio desses jovens, o tema ainda é tratado com indiferença. A luta pelo fim do genocídio da juventude negra é uma das pautas da UBES e hoje, 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra pedimos novamente maior atenção para esses dados.
As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser debatidos e repudiados.
Todos os jovens têm direito a uma vida livre de violência e preconceito e vamos lutar por isso, exigindo políticas públicas de segurança, educação, saúde, trabalho, cultura e mobilidade urbana, que possam contribuir para transformar esta realidade.
No mês de novembro, o dia 20 foi escolhido para a celebração do Dia da Consciência Negra por ser a data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Os quilombos, liderados por Zumbi, formavam a resistência ao sistema escravista que vigorava na época e o principal motor responsável pela preservação da cultura africana no Brasil.
No período do Brasil colonial, Zumbi simbolizou a luta do negro contra a escravidão. Ele lutou até à morte contra a escravidão, que só viria em 1888, com a abolição oficial da escravatura. A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888, 193 anos após sua morte.
O Dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. A Lei 12.519/2011 que cria a data, sem obrigatoriedade de feriado, foi sancionada em 2011.
Da Redação