UBES lança nota em repúdio ao ataque à gestão democrática na escola técnica de São Paulo e prisão de secundarista mineiro
A liberdade estudantil dentro das escolas está ameaça, é nessa afirmativa que a UBES lançou nota de repúdio contra a ditadura dentro das instituições de ensino e pelo direito da livre organização estudantil.
Dois casos centrais são destacados, entre eles a tentativa de agressão por parte do diretor da ETEC Getúlio Vargas, em São Paulo (saiba mais) contra a presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Nicoly Mendes. A ocorrência aconteceu nessa quinta-feira (20/2) quando o diretor tentava impedir assembleia dos estudantes sobre a greve estadual. Em Minas Gerais (saiba mais), colégio militar prende secundarista que participava de mobilização pacífica em denúncia ao excesso de normas e punições contra estudantes.
Leia na íntegra:
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas vem através desta nota demonstrar seu total repúdio à ação ocorrida com dois de nossos dirigentes: Nicoly Mendes, presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas e Francisco Faria, vice-presidente regional da UBES em Minas Gerais. Os dois episódios demonstram a fragilidade da democracia que impera em nossas escolas e a criminalização que o movimento estudantil sofre diariamente.
A nossa luta é pela gestão democrática nas instituições de ensino, para que não haja mais diretores-ditadores que gerenciam nossas escolas direcionados por um modelo puramente empresarial e não pedagógico. O movimento estudantil é força consequente e nosso papel é mobilizar e organizar os estudantes, portanto, não admitiremos amarras às nossas vozes.
#NãoNascemosParaoSilêncio! Tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais, os dois estados em que nossos diretores foram presos são estados em que a quadrilha do ‘tremsalão’, do ‘propinoduto’ e do ‘mensalão tucano’ são dirigidos pelo governo do estado. Nesses mesmos estados a polícia militar é camuflada em ronda escolar, usada como aparelho repressor em um sistema que alicerça a falta de liberdade a que os estudantes são condicionados.
Neste ano de 2014 completa-se 50 anos do golpe militar, que instituiu a censura, proibiu qualquer tipo de organização estudantil e social, a mordaça brasileira que assassinou milhares de estudantes combatentes enquanto lutavam contra o regime. É preciso recordar para que não se repita!
No Brasil que estamos construindo não cabem mais escolas sem liberdade de expressão, com diretores autoritários e direitistas que nos taxam de vândalos, baderneiros e desordeiros. A nossa luta contra o autoritarismo vigente continuará nas redes e, principalmente, nas ruas. Na Jornada Nacional de Lutas da Juventude que se aproxima ocuparemos ruas e avenidas, becos e vielas para fazer ecoar nossas vozes e gritar aos quatros ventos que precisamos desmilitarizar a polícia militar brasileira, que é um dos legados que a ditadura militar nos deixou.
A UBES está na rua para denunciar as arbitrariedades e lutar por mais liberdade. Continuaremos declarando guerra a quem finge nos amar.
#GestãoDemocráticaJá
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas