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Voce já pode se orgulhar do novo Maranhão #SóQueNão!

Quadro “O que Pensam os Secundaristas” recebe o relato de Jaine Santos, estudante e diretora da UBES no estado do Maranhão. Aos seus 17 anos, a jovem mora no bairro Cruzeiro do Anil, em São Luís, e é presidente do grêmio estudantil do Instituto Federal – onde estuda. Um relato que denuncia uma educação sucateada onde estudantes andam longos percussos para chegar até a escola e assistem aula embaixo da sombra de árvores. Leia a seguir:

Voce já pode se orgulhar do novo Maranhão #SóQueNão!

O Maranhão é um estado enorme em termos de extensão territorial, mas e a educação, acompanha essa dimensão? A resposta é NÃO! Todos os avanços sofridos pela educação brasileira chegaram de uma forma tortuosa no Maranhão, onde se vê escolas sem professores, sem carteiras, e o pior – sem salas. E por que será isso?

De uma coisa eu tenho certeza, não é porque o estado está mais rico. Vamos listar!

Falta de estrutura nas escolas é uma realidade muito presente. Algumas escolas não tem quadra esportiva para a prática da educação física, área de vivência para os estudantes socializarem entre si, não tem ar-condicionado e nem ventilador (sendo que a média de temperatura costuma ser de 30ºC). Refeitórios? Não existem! Professores? São escassos! Programas de assistência estudantil? São vistos como utopia. Tudo isso só na capital do estado.

A realidade do interior do Maranhão é ainda pior, as escolas geralmente não tem salas equipadas nem mesmo com carteiras, os estudantes sentam no chão embaixo de uma sombra de árvore para conseguir escutar seu professor falando. Esses mesmos professores não são valorizados, os que recebem seu salário – por misero que seja já- está no lucro.

As escolas são de taipa! Isso mesmo, argila e carvalho! Estudantes acordam cinco horas antes do horário do início das aulas, pois, além da escola ser muito longe de casa, não há transporte para levá-los, tendo que ir a pé. Sem falar na educação de comunidades indígenas, quilombolas, e deficientes. Ah, e não esquecendo que 40% da população do estado frequentam essas escolas.

Todas as escolas do Maranhão combinam em algo: a falta de DEMOCRACIA, resquício da ditadura. Não basta não escolher o diretor, tem que ser submetido a um inspetor que fica “passeando” pelos corredores da escola procurando novas vítimas (estudantes que não seguem as “regras”). O ambiente escolar é uma repartição publica SÓ PARA OS VISITANTES. Os estudantes não tem voz em nenhuma, repito, NENHUMA decisão, mesmo que isso os afete diretamente.

Só no ano de 2013 foram cortados 28 milhões em investimento em EDUCAÇÃO, mas está tudo bem, já que dizem que “Você já pode se orgulhar do novo Maranhão”. Esse dinheiro foi investido em publicidade, e como foi investido! O que é divulgado através de propaganda dá vontade de chorar de emoção.

Ô Roseana, queremos a escola da propaganda e o novo Maranhão para nos orgulhar!

Por Jaine Santos

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