Com adesão de 60% da categoria, greve está em ascensão e recebe apoio dos estudantes
Apesar de não noticiada pela mídia, acontece na cidade de São Paulo desde o dia 13 de março uma greve massiva dos professores da rede estadual em reivindicação ao reajuste de 75% e implementação da jornada do piso salarial. Os profissionais da educação reclamam do fechamento de salas de aula e denunciam a superlotação de turmas, entre outras pautas.
De acordo com um balanço realizado pelo Apeoesp (sindicado dos professores), até o momento, a paralisação atingiu adesão de 60% da categoria e se prepara para aumentar a partir da próxima semana. Além de atos por todo estado, professores seguem acampados em frente a Secretaria de Educação pautando também a contratação de concursados, aumento dos vales alimentação e transporte, garantia de abastecimento de água nas escolas e por medidas de prevenção à violência.
“Há mais de 20 anos, o governo vem trabalhando na contra mão da história e destruindo nossas escolas. Em muitas delas, os professores e estudantes são submetidos às piores condições de ensino e aprendizagem como superlotação, carteiras quebradas, falta de materiais de manutenção, infiltração de água, falta de água potável e falta de materiais didáticos básicos. O governo nunca atende as nossas reivindicações e ainda faz campanha pela desvalorização do magistério”, afirma o professor de Sociologia da rede pública, Anderson Albano.
Atualmente, o salário base de um professor do ensino médio que cumpre jornada de 40 horas é de R$ 2.416. Desde o início da greve a Apeoesp tentando negociar com o governo estadual, que até o momento, não deu respaldo às reivindicações.
Em defesa de uma educação de qualidade, os estudantes apoiam a paralisação dos professores e reforçam a lista de reivindicações.
“Nós estudantes declaramos total apoio à greve dos professores, sabemos que uma educação de qualidade não se dará sem o conjunto dos professores e estudantes unificados. Denunciar o sucateamento da educação paulista que vem agregado ao fechamento três mil salas de aula, a demissão dos professores e a falta de investimentos reais na estruturação das escolas, ocasionados pela condução que o PSDB tem feito à frente do governo do estado de São Paulo é imprescindível”, afirma a Presidenta da UPES, Ângela Meyer.
Na próxima quarta-feira, 1º de abril, a UPES realizará novo ato de apoio à greve dos professores e em defesa da educação. A concentração da manifestação será à partir das 8h, na praça Frei Baraúna (Praça do Fórum Velho), em Sorocaba.
Débora Neves, da Redação.