Dados indicam quadro de superlotação que chega a 85 estudantes por turma em algumas escolas
Os estudantes e professores do Estado de São Paulo iniciaram o ano de 2015 com as salas superlotadas segundo pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp). O levantamento parcial aponta em todo o estado o fechamento de 3.323 classes nas escolas estaduais e demissão de 5 mil professores.
O ranking da Apeoesp continua sendo atualizado e indica a quantidade de turmas fechadas em cada cidade. O problema, antigo, que dificulta o ensino e a aprendizagem nas escolas foi divulgado no início de fevereiro pelo sindicato em denúncia a situações como da instituição estadual Salim Farah Maluf, na zona leste, que chega a ter 85 estudantes matriculados.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, falou sobre a situação.
“Não dá para oferecer educação de qualidade com superlotação de sala de aula, o governo não sabe trabalhar com padrão mínimo de matrículas em sala de aula e tem uma visão linear do corte de recursos. O estado mais rico da nação vive o impacto da demissão de cinco mil professores”, comentou Izabel,salientando o indicativo de greve para o mês de março.
Enquanto os estudantes de São Paulo enfrentam até 85 colegas numa mesma turma e os profissionais da educação se desdobram para dar conta da demanda, a raiz do problema vem sendo discutida pela UBES dentro da pauta de Reformulação do Ensino Médio.
O próprio Plano Nacional de Educação (PNE) define a quantidade máxima de 30 secundaristas para garantir um andamento adequado nas aulas,número recomendado pelo Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), resolução que trata dos padrões mínimos de qualidade de ensino para a Educação Básica pública. O CAQi, como meta do PNE, também apareceu como uma das prioridades na Conae. A deliberação, contudo, não tem força de lei, nem a legislação brasileira especifica o número de estudantes para cada etapa do ensino.
Suevelin Cinti, da UBES