Movimentos sociais e sindicais se reuniram e denunciaram a parcialidade da emissora e sua herança da Ditadura.
Neste domingo — 26 de abril — a Rede Globo de televisão completou 50 anos. A emissora nasceu fruto de uma concessão pública da ditadura militar. Não por coincidência completa meio século um ano após o Golpe Militar ter feito seu quinquagésimo aniversário.
O ano passado foi marcado por atos de descomemoração do golpe, nesse ano, entidades e movimentos sociais denunciam a emissora que apoiou o regime militar e que, até hoje, serve aos interesses do poder econômico.
Nesse domingo, foram realizadas manifestações em Brasília (DF), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), em frente às respectivas sedes da emissora, em Recife (PE), na Praça do Arsenal e em Porto Alegre (RS), nos Arcos da Redenção, e Bagé (RS), na Praça dos Esportes.
Os eventos compõem o calendário de Descomemoração do Aniversário da Rede Globo e continuarão durante o mês em outros estados. Em Curitiba/PR, o ato público está marcado para essa segunda-feira (27).
Além dos atos, estão sendo organizados seminários, rodas de conversas, aulas públicas e debates sobre a mídia no país, atentando à representatividade dos negros, mulheres e à cobertura das pautas populares, além da importância da democratização dos meios de comunicação.
Os movimentos sociais, sindicais e diversas entidades também lançaram um manifesto “50 Anos da TV Globo: Vamos descomemorar” que pontua a postura da emissora na cobertura jornalística de movimentos sociais e denuncia a sonegação de impostos da empresa. Mais de 50 entidades e movimentos sociais assinam o documento, entre eles MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES.
Por Larissa Gould dos Jornalistas Livres
Foto: Sérgio Silva / Jornalistas Livres